Roskilde: o maior festival sustentável do norte da Europa

O Roskilde Festival é o maior – e mais antigo – festival de música e artes do norte europeu. Desde 1971 o festival sem-fins lucrativos cresceu incrivelmente e hoje recebe mais de 130.000 pessoas (das quais 30.000 são voluntários).  O propósito do festival não é só diversão. O objetivo é fazer a diferença e influenciar positivamente, por isso há um grande foco na sustentabilidade social, econômica e, claro, do meio-ambiente.

Foto por Jens Dige

Mas o que isso significa na prática?

O Roskilde tem uma das agendas sustentáveis mais detalhadas entre os festivais, além de ativações anuais para aumentar os resultados. Por exemplo, eles querem aumentar a separação de resíduos em 10% por ano, por isso este ano cortaram completamente os copos de uso único e estão introduzindo copos retornáveis para a lavagem. Os canudos de plástico também não estão presentes. As comidas e bebidas (incluíndo as alcóolicas) continuam sendo pelo menos 90% orgânicas. Em parceria com o Carbon Cloud, neste ano o menu das barracas tem uma opção para que você saiba o peso de cada refeição em termos de emissões de carbono.

Foto por Peter Wendt via Unsplash

Na parte social, há sempre muitas iniciativas. Este ano o tema é solidariedade. O line-up artístico apresenta um lista de instalações de vários países (até do Brasil) com a idéia de unir o povo através da arte e da música. O artista brasileiro Eli Sudbrack, convidou um grupo de artistas, DJs e dançarinos da cena LBBTQ AI de São Paulo para participar do Roskilde Festival. Com uma vibe pós-punk + electroclash, o desempenho a instalação anuncia a vitória como fracasso e mistura poesia com vogue. O grupo também participa de uma palestra sobre a  “Resistência LGBTQ AI na cena brasileira”.

Pelos últimos três anos (2016-2018) o festival colocou um esforço extra na igualdade e um dos pontos fortes foi incluir mais mulheres na cena. Assim como em outras indústrias, a música tem um desafio enorme na representatividade em igualdade de gênero. O Roskilde Festival reconhece essa luta que 20% de mulheres em festivais não são suficientes. Mas o festival quer trazer mais do que mulheres na diversidade do line-up. O foco é permitir que todas as atrações sejam modelos e inspirem os convidados.

Christine and The Queen, foto por Jamie Morgan

Neste ano, o festival começou com as mulheres dominando os palcos principais. Cardi B., Christine and the Queens e a espanhola Rosalía foram os grandes destaques. Hoje a espera ansiosa é pela dinamarquesa (prata da casa) Mø e nosso Jorge Ben Jor arrebatar corações por aqui. Também na lista de artistas para não perder são Robyn, Janelle Monáe, Jorja Smith, a britânica Marina, Lizzo (que nos ganhou com sua apresentação majestosa no Coachella) e a nossa conterrânea Tássia Reis.

Outro lançamento deste ano foram os mictórios femininos. Lapee, é uma construção rosa, que parece uma nave espacial, e foi desenhada por arquitetos em Copenhague. A ideia é aliviar a fila dos banheiros e poupar as minas de fazerem xixi atrás de tendas e arbustos. Foram instalados mais de 48 Lapees pelo espaço do festival.

La Pee – Foto por Politiken

Se você perdeu a chance de estar nesse grande festival que é o Roskilde, já corra para se  inscrever para ser um dos voluntários ou garanta seu ingresso. O evento no próximo ano acontece de 27 de junho a 4 de julho.

A corrida para ntrar no camping no Roskilde Festival. Foto Divulgação por Mick Friis
A corrida para ntrar no camping no Roskilde Festival. Foto Divulgação por Mick Friis
Foto: Thomas Kjær

Foto de destaque por Stiig Hougesen