Voyager Escape Room: realidade virtual de ponta em SP

E se em vez de aprender sobre história, você entrasse dentro de um filme interativo sobre Grécia Antiga? Aprendesse chinês em um boteco com chineses, ali entre seu café da manhã e a ida à escola? E se para desenvolver uma nova droga, você pudesse manipular um holograma gigante da molécula?

Foto: Andrei Spiridião

Essas são todas experiências em realidade virtual – hoje, ao alcance de qualquer um. Experiências imersivas tem se tornado uma peça muito relevante no encontro entre a aprendizagem e a diversão. Emoção é chave para aprendizagem porque gera memória. A experiência “cola” na mente e, então, passamos um tempo entendendo e decupando os desenvolvimentos cognitivos e não cognitivos que nosso corpo sentiu durante o tempo imerso.

Vida mimetizada, no final das contas, não é mesmo?!

Mas, o que pode acontecer quando essas experiências imersivas se tornarem cada vez mais “perfeitas” (ainda acho estranho falar mais “reais”, mas é por aí!) e democráticas? Se você não entendeu muito do que estamos falando, precisa conhecer o Voyager aqui em SP. Sua primeira unidade foi instalada dentro do shopping JK, e foi lá que descobrimos a sensação de ser uma ameba, um macaco, ou ainda estar com amigos em uma jornada intergalática.

Foto: Andrei Spiridião

Essa semana inaugurou a segunda Voyager, no Morumbi, no formato de escape room e fomos conferir.  E aí, como foi?! “Pra mim, é como se vc estivesse d-e-n-t-r-o do vídeo game”. Enquanto o instrutor começa a equipá-lo (óculos, fones, joysticks nas duas mãos e uma mochila/computador) ele vai contando a narrativa e o objetivo do jogo, mostrando como utilizar o equipamento e se movimentar dentro do espaço.

O jogo é feito de 2 a 4 pessoas, e tudo o que eu pensava durante essa preparação era: “Tomara que minha dupla tenha prestado atenção no que fazer, exatamente”. Ali eu já estava mesmo era viajando com aquele ritual de imersão, sendo montada com o que poderia ser o “escafandro” da exponencialidade espacial, e pensando na associação histórica entre ferramenta e evolução humana.

A cena começa e você está no Antigo Egito. Você vai percebendo seu corpo dentro do cenário e é convidado a escolher seu avatar e os artefatos que quer usar. O senso de urgência de jogar – é um escape room, afinal! – dualiza com a vontade de só ficar ali, explorando capacetes dourados de leão e admirando seu lindo e musculoso avatar, que se move virtualmente de acordo com o que você faz na vida real.

Foto: Ubisoft

Ainda bem que minha parceira, um pouco mais competitiva, me chamava à “realidade” do jogo, muito colaborativo e que exige raciocínio lógico. Movimentamos tochas, flechas, esfinges e até escalamos as paredes da tumba para escaparmos, juntas, da esfinge. Não conseguimos, contudo, sair da Pirâmide Perdida a tempo.

Para mim, a memória emocional mais forte foi gerada ao término da experiência. Ficar 45 minutos imersa, vendo que você e sua amiga “estão avatares”, me fez “cair” na realidade e perceber a maravilhosa realidade física (será que posso assim, dizer?!) que vivemos diariamente.

E se a democratização dessas experiências imersivas nos desse a possibilidade de transitar cada vez mais em mundos criados? E se essas vivências começassem a aumentar o senso de percepção sobre nossa própria realidade, ou seja, o mundo natural que habitamos?

E, mais uma vez, lá estava eu viajando em meus pensamentos enquanto o avatar físico nos lembrava que precisávamos alimentá-lo. Bora comer uma pizza ali na praça de alimentação.

Gamers ou não gamers, adultos de todas profissões. Deem um pulo lá: prometemos que não vão se arrepender.

Voyager Escape
Das 10h às 22h (de segunda a sábado) e das 11h às 22h (domingo)

Morumbi Town Shopping – Av. Giovanni Gronchi, 5930 – Vila Andrade
R$84,99 por sessão de 1 hora  – acima  de 10 anos

 

Texto: Catarina Papa e Vanessa Mathias