Em 2016, as autoridades de Berlim se voltaram contra o AirBNB, praticamente limpando os resultados para quem procurasse um apartamento para passar as férias por lá. A cidade vinha enfrentando um problema sério de alta nos preços dos alugueis de moradia, assim como Barcelona e Amsterdã, pela perda de oferta para os alugueis de temporada. Um anúncio do fim do mês passado acabou com a angústia das andorinhas hipsters que migram para lá no verão europeu.
A prefeitura resolveu acabar com o banimento do aplicativo, mas impôs uma série de novas regras para locadores, e pesadas multas para quem descumpri-las. A partir de 1º de maio, todos os proprietários que quiserem alugar a sua casa só serão autorizados a fazê-lo se obtiverem uma autorização geral da municipalidade, mesmo que pretendam alugar sua propriedade apenas para estadias curtas ocasionais. A boa notícia é que quem for alugar sua própria residência não tem limitação de tempo para disponibiliza-la. Já quem estiver alugando a segunda propriedade tem restrição de 90 dias por ano.

O drama, parece, vai ser tirar essas licenças. É bem provável que quem pedir a licença para sua residência principal vai ter a solicitação aprovada. Os proprietários de segundas residências devem enfrentar um processo mais rigoroso. E aqui a coisa aperta: apartamentos vazios precisarão de uma autorização especial para ficar sem um inquilino registrado depois de 3 meses, sob risco de levar uma multa de até 500 mil euros, 5 vezes mais que o valor anterior.
Berlim foi uma das primeiras cidades que foi fortemente impactada pela facilidade de aluguel temporário que o AirBNB oferece, e também uma das primeiras a agir contra a empresa. Depois desse período turbulento, finalmente parece que vem aí uma temporada de trégua. E o melhor é que outras cidades podem começar a regular melhor a disponibilidade dos imóveis para turistas, sem ter que apelar para o corte seco. Os viajantes podem respirar aliviados.
*Foto do destaque: Flickr – screenpunk