Guia para curtir Berlim além do muro – vol. 2

Berlim, a capital alemã, é umas das cidades mais intensas, cosmopolitas e baratas da Europa. A economia alemã é uma das mais consolidadas do mundo, o que faz da sua capital uma cidade heterogênea em plena expansão. Berlim é hoje totalmente diferente do que foi anos atrás e não para de mudar. O lado ocidental, anteriormente o lugar mais forte da cidade, hoje é um recanto mais calmo, contrariando totalmente o que acontece no lado oriental. Embora essa divisão tenha ficado no passado, o lado oriental se destaca hoje por aglomerar a maior quantidade de novidades na cidade. São dezenas de café, restaurantes, galerias de arte e lugares que devem ser visitados.

Informações básicas

Foto: LoboStudio Hamburg no Unsplash

Berlim é uma das cidades mais tolerantes em relação à diversidade. A liberdade de expressão é realmente levada à sério por lá. Em 2016 contava com uma população de 3,5 milhões, tornando-a a segunda cidade mais populosa da União Européia. A capital alemã possui a maior comunidade turca fora da Turquia, com cerca de 101.000 turcos registrados, tendo mais lojas de “doner kebab” que Istambul. Em 2015 a cidade contava com 621.000 residentes estrangeiros de 190 nacionalidades diferentes. A cidade tenta ser tolerante com estrangeiros. Há campanhas espalhadas por Berlim em defesa aos refugiados, por exemplo, e festivais dão boas-vindas a eles permitindo o acesso gratuito.

Culturalmente rica, Berlim conta com 175 museus, 140 teatros e pelo menos 300 salas de cinema. Caminhando a passos largos para ser também um destino gastronômico, a cidade abriga 4.650 restaurantes, cerca de 900 bares e nada mais, nada menos que 190 clubes noturnos. Comida de rua turca ao lado de restaurante estrelado Michelin, galeria de arte estabelecida num bunker da Segunda Guerra Mundial, aeroporto transformado em parque são uma pequena amostra da diversidade que prevalece em toda a cidade.

É uma cidade verde contando com mais de quatrocentas mil árvores espalhadas por seus 5.350 quilômetros de vias e ruas. Berlim é cortada pelo Rio Spree, o que possibilita conhecê-la circulando nos seus 160 quilômetros de água navegável.

A moeda corrente é o Euro, a forma mais comum de pagamento na maioria dos estabelecimentos. Sim, é muito (mas muito) comum lugares que só aceitam pagamento em dinheiro. Cartões de crédito de bandeira Visa ou MasterCard são aceitos em alguns lugares, como lojas e restaurantes mais requintados. Já a bandeira American Express não é muito bem-vinda, evite carregar dinheiro nele.

O metrô é o meio de transporte mais utilizado depois da bicicleta. Tem uma vasta rede de linhas e estações que costuram a cidade. Como a cidade é muito plana, caminhar é uma boa alternativa, além de proporcionar uma visão real e direta da cidade. Táxi não é uma opção tão cara como na maioria das cidades grandes da Europa e Uber é atendido também por eles.

O povo berlinense é na sua maioria muito receptivo. Falam preferencialmente o alemão, mas não se chateiam em utilizar o inglês como língua momentânea.

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*Foto destaque: Artem Sapegin no Unsplash


Transporte

O trânsito de Berlim é muito tranquilo. O fluxo de carros passa longe do que conhecemos em São Paulo, o mesmo acontece com as bicicletas, que dominam pelo menos 40% das ruas da cidade.

Se o plano é alugar uma bicicleta, existem aplicativos e muitos lugares onde dá para fazer isso. De bares a bancas de jornal, elas estão prontas para locação. Opte por pacotes de mais de um dia ou até mesmo semanais. Eles saem definitivamente mais em conta. Os bicicletários estão por toda parte também e com um bom cadeado, que geralmente acompanham o aluguel delas, proporcionam segurança. Pelo fato da cidade ser plana e as ciclo-faixas estarem presentes em quase todas as ruas, é muito fácil chegar de um lugar a outro sem transtornos.

Quem preferir a facilidade de alugar via aplicativo, duas boas opções são o Next Bike e o Lidl, que possibilitam alugar uma bicicleta em qualquer lugar a qualquer hora do dia ou da noite. Basta abrir o aplicativo para visualizar a mais próxima de você. A vantagem é poder deixá-la em qualquer lugar possível de estacionar uma bicicleta, respeitando a área de cobertura dos app (região central). Ainda assim, é possível também deixá-la fora desta área, mas será cobrada uma taxa de 20 euros.

Foto: Soroush Karimi no Unsplash

O transporte público, servido por metrô (U), trem (S), tram e ônibus é uma ótima opção também para quem prefere ficar longe das duas rodas. O sistema de linhas e estações é muito amplo e abrange praticamente toda a área urbana da cidade, se estendendo pela periferia através de linhas de trem e com funcionamento 24h nas sextas e sábados. Não existem catracas no metrô de Berlim. Em toda estação você encontrará uma máquina que emite os bilhetes, que podem ser comprados em dinheiro ou cartão e tem prazo de validade variado. Alguns bilhetes são específicos para turismo e tem validade determinada na hora da validação mecânica, que nada mais é do que um dispositivo que imprime a data e a hora em que o bilhete foi adquirido. Depois da compra e da validação, mantenha o bilhete sempre junto a você. Como não há catracas, o controle é feito aleatoriamente por fiscais que solicitam o mesmo a qualquer momento dentro dos trens e, caso você não esteja com o mesmo, a multa é salgada. Não se engane pensando que deixar de pagá-la durante a viagem vai livrá-lo da mesma, existem casos comprovados dessas multas serem recebidas aqui no Brasil. Fique ligado, os caras são mágicos em descobrir seu endereço. Caso vá ficar um mês na cidade, vale a pena comprar o cartão válido para trinta dias. Há uma opção mais barata ainda que restringe o uso entre às 6 e 10h da manhã em dias úteis. O custo aproximado é 60 euros.

Para facilitar a vida de quem usa o transporte público, além do próprio Google Maps, existe um aplicativo da BVG, empresa que opera o sistema de trens e metrôs da cidade, que é uma grande mão na roda. No Fahrinfo, é só incluir para onde quer ir, que ele localiza e traça o melhor percurso, com precisão de tempo para percorrê-lo.

É possível também alugar carro ou scooter sem precisar de uma locadora intermediária. As empresas que oferecem esse serviço também estão por toda parte. Na sua maioria em um sistema de carros compartilhados, chamado free-floating. Você baixa um aplicativo que localiza o carro mais próximo a você por GPS e quando chega próximo ao veículo o mesmo destrava as portas, e com a chave já na ignição é só ligar e sair dirigindo. O pagamento é feito via cartão de crédito e o valor corresponde ao tempo utilizado. Os dois principais serviços de compartilhamento de carros são DriveNow e Car2Go. Ambos com o mesmo sistema de funcionamento, mas com frota diferente. A Car2Go usa basicamente uma frota de modelos Smart da Daimler e a DriveNow utiliza modelos Minis e modelos da BMW. Para scooter tem o Coup utilizando o mesmo conceito.


Hospedagem

Acomodação em Berlim já não é mais tão simples como outrora.O Airbnb sofre diversas restrições na cidade, então encontrar algo que agrade e caiba no bolso, pode ser uma tarefa árdua, especialmente durante o verão. Mas vale a pena a pesquisa caso a ideia seja alugar um lar para chamar de seu.

Mitte é a área mais central para se hospedar. É nela onde se unem as gerações marcadas pelas guerras, as classes profissionais e artísticas emergentes da cidade. Museus, memoriais e monumentos culturais, o bairro é uma profusão de valores, idéias e histórias que revelam o que faz de uma sociedade em ruínas se reerguer de forma imponente. Bons restaurantes, bares, galerias e muita, mas muita arte.

Para quem prefere ficar num bairro mais descolado e próximo à badalação, não há dúvida sobre Kreuzberg. Com um clima de animação dia e noite, é o preferido pelos moradores (e turistas) mais modernos. O bairro é palco mais fervilhante de novas ideias e abre cedo e fecha tarde. Ali se encontram todos os entusiastas da contracultura. É uma ótima opção para quem gosta de se sentir local onde quer que vá.

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Um hotel super bacana que fica no meio do buxixo em Mitte é o Casa Camper, projetado pelos arquitetos espanhóis Fernando Amat e Jordí Tió. Além do design contemporâneo incrível, ele chama atenção pelas cortinas dos quartos, que mostram na fachada quais estão ocupados. No térreo ainda fica o restaurante Dos Palillos, especializado em tapas, e com projeto lindo dos irmãos Bouroullec. Fica a uma quadra da estação Weinmeisterstrasse, e muito perto de tudo. Endereço: Weinmeisterstraße 1, 10178, Berlim. Quartos a partir de 298 euros.

Outra opção boa, e mais em conta, é a área da estação Rosenthalerplatz.  Por ali existe uma série de opções de hotéis e hostels e várias faixas de preço. O Circus Hostel é todo colorido, mas muito organizado, limpo e seguro. Ótima relação custo-benefício. Se você precisa de mais privacidade, ali do lado também tem o bom e velho Ibis, que nesse caso é bem novinho e oferece bastante conforto a um preço acessível.

Se preferir ficar do lado ocidental, prefira a região da Kurfürstendamm. Bem servida pelo metrô, concentra o polo comercial dessa antiga metade da cidade, e fica perto de atrações como o Tiergarten, o zoológico e a KaDeWe. Por lá os preços sobem, mas ainda tem opções bacanas, como o Sorat Hotel Ambassador, com diárias entre 72 e 100 Euros. Endereço: Bayreuther Str. 42-43, Tiergarten

Um dos quartos “simples” do Gorki Apartments. Foto: divulgação

Quem busca por um lugar cheio de elegância, uma ótima opção é o Gorki Apartments, no coração do Mitte. O hotel butique tem um serviço impecável e busca trazer privacidade aos seus hóspedes. Os quartos são luxuosos e divididos em categorias, além de um loft equipado com cozinha e duas penthouses, de 180 e 200m2, ambas para grupos grandes. Quartos a partir de 108 euros para uma pessoa. Endereço: Weinbergsweg 25, Mitte.

Hüettenpalast. Foto: divulgação

O Hüttenpalast é uma opção para quem quer se hospedar de uma forma inusitada. São seis cabines de madeira e trailers da época da Alemanha Oriental instalados numa antiga fábrica de ventiladores. Todos são para duas pessoas, tem banheiros compartilhados e custam a partir de 69 euros por noite. Caso compartilhar banheiro não é a sua preferência, o Hütetenpalast conta também com suítes a partir de 74 euros, incluindo opções para quatro pessoas. O hotel fica fora da região central, em Neulkönn, mas numa área mais badalada e a cinco minutos de duas estações de metrô (linhas U6 e U8). O mimo é café da manhã para todos os hóspedes com croissant e café. Endereço: Hobrechtstraße 65/66, Neulkönn.

Na divisa entre Mitte e Kreuzberg, aos pés do Checkpoint Charlie, um dos lugares mais turísticos de Berlim, fica o Select Hotel Berlin Wall. Apesar de estar no meio do burburinho, a localização é ótima, tanto de metrô quanto de bicicleta, para se locomover pela cidade. O hotel foi reformado, os quartos são espaçosos e modernos, o café da manhã é bem caprichado. As diárias vão de 45 a 185 euros. Endereço: Hedemannstraße 11, Kreuzberg.

*Foto destaque seção: Bekah Russom no Unsplash

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Cafés

Berlim, assim como as principais capitais do mundo, passou há alguns anos a cultivar a cultura do café. Eles se espalham por diversos bairros, tem grãos selecionados, defendem o “slow coffee”, oferecem espaço para freelancers trabalharem, servem brunch o dia todo e é um ótimo ponto de encontro.

Ovos benedicts no 19gramms do Mitte. Foto: Lalai Persson

19grams – é o café por trás da torrefadora dos Trez Cabezas y Amigos. Cafés de diversos lugares do mundo, como Costa Rica, Brasil, Quênia, Etiópia e por aí vai, servido com as mais diversas técnicas. Além do café de qualidade, o 19grams do Mitte tem um delicioso cardápio de brunch durante o dia todo, que você pode montar do jeito que quiser, além de ótimos bolos e tábuas de frios. Vale muito a pena tomar um brunch tardio por lá no fim de semana. Já o café de Kreuzberg e de Friedrichshain tem um menu mais compacto com bolos e tortas. Endereços: Chausseestraße 36, Mitte (ótimo para ir depois de uma visita no Hamburger Bahnhof Museum) – funcionamento segunda a sexta, das 8 às 20h (cozinha das 9 às 15h); sábado e domingo, das 9 às 20h (cozinha até às 16h); Schlesische Str. 38, Kreuzberg (ao lado do East Side Gallery, Badeschiff e Visionäre) – funcionamento de segunda a sexta, das 8 às 18h; sábado e domingo, das 10 às 18h; Trez Cabezas – Boxhagener Str. 74, Friedrichshain – funcionamento segunda a sexta, das 8 às 20h; sábado e domingo, das 9 às 20h).

Barcomi’s Deli – escondida no meio do jardim de um conjunto de prédios residenciais, uma das estrelas aqui é a torta New York. É uma delicatessen especializada em tortas doces e bolos, tem também processo próprio de torrefação, mas o café servido é somente expresso. O menu conta com sanduíches, saladas, bagels e wraps. Tem também uma loja em Kreuzberg. Endereço: Sophienstraße 21, Mitte. Horários: segunda a sábado, das 9 às 21h; domingo, das 10 às 21h.

The Barn Coffee Roasters, Berlim. Foto: www.highsnobiety.com

The Barn – quem aprecia e leva a sério a cultura do café, o The Barn não irá desapontar. Eles trabalham com lotes pequenos de cafés premium, hoje distribuídos em diversos cafés mundo afora. Em Berlim possuem três endereços: o The Barn Roastery, um brew bar, ou a butique deles; o segundo, o The Barn Coffee, é minúsculo e bom mesmo para uma parada para um café e, no máximo, um sanduíche; já o terceiro é o icônico Cafe Kranzler, aberto na Berlim Ocidental em 1834, que vale a pena a visita pelo lugar, uma construção 360º em Charlottenburg. Mas prepare o bolso, porque os bons cafés custam em torno de 4,50 euros. Endereços: The Barn Roastery – Schönhauser Allee 8, Prenzlauer Berg. Funciona segunda a sexta, das 8h30 às 18h; sábado e domingo, das 10 às 18h; The Barn Coffee – Auguststraße 58, Mitte. Funciona segunda a sexta, das 8 às 18h; sábado e domingo, das 10 às 18h; Café Kranzler – Kurfürstendamm 22, Charlottenburg. Funciona diariamente, das 10 às 20h. Aceita cartão de crédito.

The Black Isle Bakery – a padaria acabou de abrir as portas e parece ter saído de um board do Pinterest. Mas não é só a beleza do lugar que atrai. Tudo por lá é delicioso. A padaria é comandada pela padeira e confeiteira inglesa Ruth Barry, que há dois anos fornece pães e bolos para cafés da cidade e feito trabalho de catering. Endereço: Linienstraße 54, Mitte. Horários: terça a sexta, das 8 às 17h; sábado e domingo, das 10 às 17h.

Oslo Kaffebar – comando por dois noruegueses, não há como não sentir o ar escandinavo ao entrar no café, onde ele é o foco. O interior mistura concreto com madeira rústica norueguesa, dando um ar bem relaxado ao lugar que, aliás, é ótimo para trabalhar. Além do café de várias regiões do mundo, eles servem também tortas, bolos e especialidades norueguesas. Vale a pena até o coado na garrafa, que custa 2 euros e é muito bom. Endereço: Eichendorffstraße 13, 10115, Mitte. Horário: segunda a sexta, das 8 às 19h; sábado, das 9 às 19h; e domingo, das 9 às 18h.

Koffee A.Horn. Foto: eni nella FOTOGRAFIE – divulgação

Kaffee A.Horn – o A.Horn é um café super aconchegante quase à beira do Rio Spree, bem no comecinho de Kreuzberg. A especialidade da casa é o bagel feito por lá diariamente. No menu tem um brunch especial, servido o dia todo, com frios, salsicha, compotas caseiras e, claro, bagel. Sanduíches feitos com bagel ou croissant, saladas, massas, bolos, tortas, quiches, pão de banana, focaccia, iogurte, granola, frutas frescas e torradas também estão disponíveis a qualquer hora do dia. O café tem também uma boa seleção de vinhos servidos em jarras de 500ml. O duro mesmo é sair de lá. Endereço: Carl-Herz-Ufer 9, 10961, Kreuzberg. Horário: diariamente, das 9 à 0h.

The Visit Coffee Roastery. Foto: divulgação

The Visit Coffee Roastery – fica num salão amplo e arejado dentro de um prédio em Kreuzberg. A decoração é minimalista, com móveis de madeira e cadeiras brancas. Tem até uma bancada aos fundos, onde dá para sentar e ficar somente assistindo o público entrar e sair. Serve café em diversas técnicas e grãos selecionados de diversas partes do mundo. O café conta também com uma ótima área para quem precisa trabalhar remotamente. Endereço: Adalbertstraße 9, Kreuzberg. Horário: segunda a sexta, das 8 às 19h; sábado e domingo, das 9 às 19h.

Westberlin Cafe

Westberlin Bar & Shop – Estrategicamente localizado perto do famoso Checkpoint Charlie, o Westberlin é um café e um espaço de mídia muito gostoso e diferente. Mistura locais, turistas e profissionais que procuram o ambiente tranquilo e muito bem decorado para trabalhar de uma forma mais descontraída ou até mesmos para um simples café. O menu é variado e o café é excepcionalmente bom. Os ambientes são muito bem decorados pelo próprio dono, um arquiteto americano, e transpiram criatividade. Tem uma ótima seleção de revistas para ficar folheando enquanto toma um café. Endereço: Friedrichstraße 215, 10969, Kreuzberg. Horários: segunda a sexta, das 8h30 às 19h; sábado e domingo, das 10 às 19 horas.

Five Elephant – é conhecido por seu delicioso cheesecake, mas o café, filtrado ou expresso, também merece atenção. São grãos selecionados de países como, Panamá, Guatemala, El Salvador, Etiópia e Brasil. Tem também iogurte, granola, pão de banana, bolos. Mas experimentar o cheesecake. Abriram recentemente também uma loja super fofa em Mitte. Endereço: Reichenberger Str. 101, Kreuzberg. Horários: segunda a sexta, das 8h30 às 19h; sábado e domingo, das 10 às 19h.

Bonanza Coffee Roasters – outro paraíso para quem ama café bem feito com grãos selecionados. O Bonanza tem duas lojas, uma perto do Mauerpark e outra escondida num prédio em Kreuzberg. O lugar é para ir tomar café ou comprar grãos para levar para casa, pois servem apenas tortinhas doces. O espaço e a decoração também são bons motivos para conhecê-lo. Endereço: Adalbertstraße 70, Kreuzberg. Horários: segunda a sexta, das 9 às 18h; sábado e domingo, das 10 às 18h. 

Cabslam – brunch o dia todo. Foto: divulgação

Cabslam – além de ficar numa casa super charmosa de frente a um canal em Neulkönn, o Cabslam tem um cardápio de brunch de chorar de tão bom, servido o dia todo. Ovos benedicts, panquecas, burritos e até huevos rancheros, além de iogurte, granola, hambúrguer (delicioso) acompanhado de fritas, café coado, sucos, cervejinhas, compõem o saboroso menu. Tem até um simpático brasileiro trabalhando por lá. O único problema? Super concorrido nos finais de semana rendendo longas esperas. O preço médio é 8 euros por prato. Endereço: Innstraße 47, Neulkönn. Horários: Segunda, terça, quinta e sexta, das 10 às 16h; sábado e domingo, das 10 às 16h. Não abre às quartas-feiras. Pagamento somente em dinheiro.

*Foto capa seção: Toa Heftiba no Unsplash


Restaurantes

Apesar da má impressão generalizada da comida alemã, Berlim oferece uma gama extensa e diversificada de restaurantes e cafés. E, acredite, aqui não é tão simples achar chucrutes e schnitzels, comidas típicas da Bavária, no sul da Alemanha. A culinária de Berlim é mais cosmopolita, então tem de tudo um pouco. Mas duas coisas ninguém consegue escapar de experimentar: o currywurst, salsicha grelhada servida com uma camada generosa do tempero indiano, vendido em barraquinhas por toda a cidade; e o döner, também conhecido como kebab, que nada mais é que primo comestível do nosso churrasquinho grego. Pode confiar, porque é bom demais. Só tome cuidado se te oferecerem o molho de pimenta, porque até os mais acostumados vão lacrimejar um pouco com a ardência. A cozinha vietnamita também é uma das mais populares e baratas na cidade. É outra difícil de escapar.

Berlim tem aberto portas de novos restaurantes quase que semanalmente, especialmente na região do Mitte. Sugerimos conferir antes de ir se uma das nossas sugestões estão abertas ou funcionando nos mesmos horários indicados.

Mogg & Melzer. Foto: Divulgação

Mogg & Melzer – dos donos do Pauly Sall, estrelado Michelin, fica no mesmo prédio, uma antiga escola de meninas judias. O lugar é pequeno com uma atmosfera de delicatessen nova yorquina dos anos 1930, resultando num ambiente clean e descolado. O menu é composto por sanduíches bem servidos, sopas, saladas e pratos mais elaborados. O lugar é pequeno e concorrido, o atendimento soa um pouco apressado. Os preços são um pouco acima da média dos preços em Berlim (o de pastrami tradicional, o mais caro do menu, custa 14,50 euros). Se você ama sanduíche de pastrami, o lugar é parada obrigatória. Endereço: Auguststraße 11-13, 10117, Mitte. Horários: segunda a sexta, das 11 às 22h; sábado e domingo, das 10 às 22h.

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Café Chagall

Café Chagall – Umas das melhores pedidas quando o quesito é uma boa cerveja, um bom brunch e atendimento extremamente diferenciado. Localizado na saída da estação Senefelderplatz do metrô, o Café Chagall é paixão certa já na chegada. A carta de cervejas é vasta, bem como o menu de refeições de influência russa, que inclui brunch, servido até às 13h e cheio de delícias. Tudo isso oferecido a preços justos e com uma equipe de atendentes que esbanjam simpatia e cordialidade. Endereço:Georgenstraße 4, 10117, Mitte. Horários: diariamente a partir das 10h até o último cliente. 

Daluma. Foto: divulgação – In Search Of.

Daluma – Para os apreciadores de raw food (comida crua), o Daluma é uma das melhores pedidas de Berlim. Fica encravado no coração do Mitte. O menu é 100% orgânico, tem saladas, sopa e pratos mais elaborados, em que é possível ainda complementar com sashimi, avocado e outras opções. Tem também um ótimo cardápio de smoothies, sucos e até a badalada kombucha. O lugar também é aconchegante e tem decoração minimalista. O Daluma é capitaneado pelo Marian, um apaixonado pelo Brasil. Endereço: Weinbergsweg 3, 10119, Mitte. Horários: segunda a sexta, das 8 às 21h; sábado e domingo, das 10 às 20h.

Qua Phe.

Qua Phe – O Qua Phe é considerado por muitos um dos melhores vietnamitas de Berlim. Fica numa charmosa pracinha próxima à Rosa-Luxemburg-Platz. O lugar é super aconchegante, bem decorado, com uma grande mesa comunitária e outras individuais. No menu especialidades vietnamitas com wraps, saladas, sopas e pães (tem um recheado com porco que é de comer de joelho), tudo servido em folha de bananeira num prato de bambu. Ah, não vende bebida alcóolica, mas os sucos e chás substituem muito bem. O pedido é feito no balcão e só aceita dinheiro. Até o Ai Wei Wei quando vai à Berlim, não resiste em dar uma passadinha por lá. Quem quiser algo mais rápido para comer enquanto se locomove de um lugar para outro, ao lado tem o Bahn Mi Stable, dos mesmos donos, que serve o típico sanduíche “bahn mi” numa baguete fresquinha. Endereço: Max-Beer-Straße 37, 10119, Mitte. Horários: domingo a quinta, das 9 às 21h; sexta e sábado, até às 22h.

Shiso Burger. Foto: divulgação

Shiso Burger – Hambúrguer com aquele twist asiático? O Shiso tem. A carne do hambúrguer é feita com angus beef mal passada, o vegetariano com tofu com beringela. O pão é caseiro e os temperos tem um toque bem especial. São nove tipos diferentes de hambúrguer e seis tipos de acompanhamentos, incluindo fritas maravilhosamente crocantes. Os preços são ótimos, o sanduíche mais caro custa 6,90 euros. Ótimo do jeito que é, o Shiso está sempre cheio e é bem concorrido. Endereço: Auguststraße 29 c, 10119, Mitte. Horários: diariamente, das 12 à 0h.

YamYam –  Localizado no Mitte, próxima a estação Rosa-Luxemburg-Platz, o restaurante é pequeno, mas com uma comida coreana maravilhosa a preços justos. Os pratos custam por volta de oito euros e a comida é apimentada como a cozinha coreana deve ser. Endereço: Alte Schönhauser Str. 6, 10119, Mitte. Horários: segunda a quinta, das 12 às 23h; sexta e sábado, das 12 à 0h; domingo, das 13 às 23h.

Transit – Outro restaurante sensacional presente na região do Mitte e em Friedrichshain. Baseado na culinária tailandesa e indonesia, o Transit tem um ambiente muito gostoso quando a intenção é jantar em pouca companhia. Com mesas pequenas e um clima aconchegante, o lugar oferece diferentes pratos à base de peixe, frutos do mar e carne. Os nomes dos pratos são divertidos, como almost nude e duck in pyjamas, e os preços são mais felizes ainda. Os pratos variam entre 3,50 euros por porção e são servidos em pequenos bowls que alimentam uma pessoa de forma bem razoável e 8,50 euros para porções maiores. Endereços: Rosenthaler Str. 68, 10119, MitteSonntagstraße 28, 10245, Friedrichshain. Horários: Mitte – segunda a quinta, das 11 à 0h; sexta e sábado, das 11 à 1h; Friedrichshain – diariamente das 12 à 0h.

KaffeeMitte – No meio do buxixo do Mitte fica esse café descolado com aquele perfil que sempre dá certo: garçons jovens e bonitos, bons drinks, comidinhas simples mas saborosas e mesas na calçada para ficar muito tempo vendo a gente linda da região passar. Os paninis são bem gostosos e as sobremesas, além de saborosas, enchem os olhos já na fila para pedir. Endereço: Weinmeisterstraße 9A, 10178, Mitte. Horários: segunda a sexta, das 8 às 20h; sábado, das 9 às 20h; e domingo das 9 às 19h.

The Standard Pizza – tem uma das melhores pizzas de Berlim. Por lá o assunto é realmente levado a sério. O restaurante tem ares escandinavo, com decoração minimalista e balcão de concreto. As pizzas são feitas com massa grossa e, como em qualquer outra pizzaria em Berlim, é individual (mas são tão bem servidas, que se a fome não for muita, dá para dividir em duas pessoas numa boa). O menu é bem diversificado com algumas combinações bem curiosas, como pizza com batatas. Não é a opção mais barata, com pizzas custando a partir de 8,50 euros, mas se estiver clamando por uma boa pizza, a Standard pode resolver o problema. Endereço: Templiner Str. 7, 10119, Prenzlauer Berg. Horários: terça a sexta, das 18 à 0h; sábado e domingo, das 13 à 0h.

I Due Forni é uma das pizzarias mais tradicionais de Berlim. Fica do lado do Café Chagall em Mitte. As pizzas são individuais (bem servidas) e as sobremesas italianas, principalmente o tiramissu, são ótimos. A decoração do lugar é excelente: pôsteres de bandas punks e grafite enfeitam todo o local. As massas também são bem preparadas. Endereço: Schönhauser Allee 12, 10119, Mitte. Horário: diariamente das 12 à 0h.

Schnitzel de vitela do Lutter & Wegner. Foto: Lalai Persson

Lutter & Wegner Gendarmenmarkt – Restaurante típico alemão, funciona desde 1811 num salão grande de pé direito alto, janelões num ambiente bem familiar. É turístico, um pouco chique e caro, mas oferece um dos melhores schnitzel de vitela (o clássico) que já experimentamos. A porção é bem servida, mesmo a pequena, e vem acompanhada com a típica salada de batata com pepino. A grande custa 24,50 euros e a pequena, 19,50 euros. Caro, mas valeu cada centavinho. O restaurante conta também com uma excelente carta de vinho. Caso a  a intenção seja ter uma série experiência com schnitzel, pode colocá-lo na lista. Endereço: Charlottenstraße 56, Mitte. Horários: diariamente, das 11 à oh. 

Dada Falafel – Ótima parada no meio do Mitte para experimentar um verdadeiro e saboroso falafel ou shawarma. O homus também é delicioso e o ambiente bem agradável. Só aceitam dinheiro. Endereço: Linienstraße 132, Mitte. Horários: domingo a quarta, das 10 à 1h; quinta a sábado, até às 2h.

Dudu – Restaurante vietnamita com toque japonês no cardápio, mas mais por conta das opções de sashimi do que por qualquer outra coisa. O clima é descolado com mesas comunitárias e o lugar é badalado. Por lá, o bom mesmo são os coquetéis, mas caso a fome bata, as opções são boas também, inclusive as vegetarianas. A estrela da casa é o roastbeef noodle, mas apimentado. Os preços são um pouco acima da média de Berlim, mas enfim, você está em Mitte. Endereço: Torstraße 134, Mitte. Horários: segunda a sábado, das 12 à 0h; domingo, a partir das 13h.

Café Pförtner – divulgação.

Café Pförtner – Fica em Wedding, bairro improvável de quem está a passeio em Berlim vá, mas caso esteja pelas mediações, vale a pena a visita. O café já chama atenção pelo logo P, que nos remete ao Portishead. O lugar é descontraído e inusitado: tem dois salões pequenos, um maior, um outro dentro de um ônibus antigos acoplado num dos salões, um belo jardim. Menu só em alemão e, como a maioria, pagamento só em dinheiro. A trilha sonora é ótima e a comida super saborosa. Nos finais de semana costuma ter DJs alegrando a área. O cardápio muda diariamente de acordo com o que tem fresco no mercado e eles informam o do dia no facebook. Serve café da manhã também. Valores entre 5 e 10 euros. Endereço: Uferstraße 8-11, 13357, Wedding. Horários: segunda a sábado, das 9 às 23h. 

Kanaan – foto: divulgação

Kanaan Express – Restaurante de cozinha árabe vegetariana e vegana, comandada por um israelense e um palestino. O homus que eles fazem é um dos melhores que já experimentamos. Eles tem pratos especiais do dia, tábuas com diversas pastinhas árabes e pães, todos bem servidos para duas pessoas. No cardápio tem também saladas, sopas, pizza, entre outras opções. Caso esteja em Prenzlauer Berg, não deixe de visitá-los. É possível reservar mesa online e só aceitam pagamento em dinheiro. Endereço: Kopenhagener Str. 17, Prenzlauer Berg. Horários: terça a domingo, das 12 às 22h.

The Bird é a opção certa se sua fome for de um bom hambúrguer junkie. Embora não seja nada gourmet, o restaurante serve um dos melhores hambúrgueres de Berlim. Com variações que vão do hambúrguer com guacamole à deliciosas versões vegetarianas da iguaria. Sem falar das opções de cervejas que fazem companhia aos pratos. Não é a opção mais barata, mas vale cada centavinho. Endereço: Am Falkpl. 5, 10437, Prenzlauer Berg. Horários: de segunda a quinta, das 18 à 0h; sexta, das 16 à 0h; sábado e domingo, das 12 à 0h.

Il Ritrovo.

Il Ritrovo – Pizzaria super concorrida em Friedrichshain, tem um estilo mais punk do que uma tradicional pizzaria italiana. O atendimento não é lá uma maravilha, mas a pizza vale a pena. O cardápio, inteiro em italiano, conta com pizzas individuais (mas gigante!) dos mais diversos sabores e, pelo jeito, a pimenta está presente na maioria deles. O preço é ótimo e só aceitam pagamento em dinheiro. Endereço: Gabriel-Max-Straße 2, Friedrichshain. Horários: diariamente, das 12 à 0h.

Mariona. Foto: anzeigen

Mariona – Restaurante espanhol de tapas super charmoso com um menu surpreendente. As tapas são bem servidas e todas bem saborosas. Gaspacho, polvo, camarões, coelho confit, língua de vitela, anchova, queijo de cabra com chocolate, são ingredientes presentes no cardápio, que conta também com três opções de pratos principal, mas a boa lá é juntar os amigos e experimentar tudo. A carta de vinho é ótima e o atendimento super amigável. Não é uma das opções mais baratas do bairro, com as tapas custando uma média de 8 euros, mas vale muito a pena. Também só aceita pagamento em dinheiro. Endereço: Skalitzer Str. 94B, Kreuzberg. Horário: diariamente, a partir das 17h.

Miss Saigon – Um dos melhores vietnamitas que experimentamos na cidade, fica ao lado do metrô Görlitzer. O lugar é pequeno, mas em dias quentes, conta com uma ótima (e concorrida) área aberta. O menu conta com pratos do sul do Vietnã, são super bem preparados com alimentos frescos, são bem apresentados e, o melhor, são baratos custando em média 6,50 euros. Há boas opções veganas e vegetarianas. A sopa de entrada feita à base de ervas é tão saborosa, que você já percebe nela a boa refeição que vem pela frente. É possível reservar mesa e só aceita dinheiro. Endereço: Skalitzer Strasse 38, Kreuzberg. Horário: Diariamente, das 12 à 0h.

Bethanien, o prédio onde fica o restaurante 3 Schwestern

3 Schwestern – O restaurante alemão 3 Schwestern já vale a pena a visita só pelo edifício onde fica, construído em 1846. No passado foi um hospital e convento no meio da Mariennenplatz, contando com um belo jardins aos fundos, que durante o verão vira um biergarten e um cinema a céu aberto. A cozinha é alemã contemporânea com influências mediterrânea. Tem uma ótima carta de coquetéis, cervejas e vinhos. Tudo muito gostoso e bem preparado. É um pouco mais caro que a média de Berlim e só aceita dinheiro. Endereço: Mariannenpl. 2, Kreuzberg. Horários: aberto diariamente a partir das 12h; sábado e domingo, a partir das 11h.

Cocolo – Dedicado à comida japonesa, esse restaurante despretensioso em Kreuzberg possibilita assistir a produção do seu prato enquanto ele é preparado caso opte em sentar no balcão. Com opções variadas de lámen e demais pratos típicos do Japão, oferece versões diversas de pratos da culinária típica oriental. Endereço: Paul-Lincke-Ufer 39-40, 10999, Kreuzberg. Horário: segunda a sábado, das 12 às 23h; domingo, das 18 às 23h. Aceita apenas dinheiro. 

Louis – se quiser comer um típico Schnitzel, prepare a fome, e muita! O Louis é um restaurante austríaco que leva a cultura dos Alpes bem à risca, então se você não mora no meio das montanhas nevadas, provavelmente vai se chocar com o tamanho do carro chefe deles. O Wiener Schnitzel tradicional é um bife de vitela empanado e frito, servido sobre uma cama de rodelas de batatas assadas. Você tem duas opções de tamanho para pedir. O pequeno já uma porção estúpida para uma pessoa normal. O grande tem o tamanho do antebraço de um homem de 1,80m, ou seja, não é para os fracos. Todos eles tem algumas opções de molhos, mas o comum é ele sem nada. Fica em Neukölln, em uma praça fofa, no meio de um bairro bem residencial. Pode ser uma boa pedida no dia em que for passear no Tempelhofer ParkEndereço: Richardpl. 5, 12055, Neukölln. Horários: diariamente, das 11 às 23h.


Bares

Ir para a Alemanha e não beber cerveja é como vir para o Brasil e não experimentar uma caipirinha. Você acha cervejas de vários tipos e nacionalidades em qualquer canto, e sempre vale a pena. Além do que, é baratíssima se comparar ao preço de outros países. Beber na rua não é permitido, mas como muitas outras leis, ninguém leva muito a sério. Então pode usar e abusar das lojinhas de conveniência que se espalham pela cidade e ficam abertas 24 horas. E se estiver por lá no verão, não deixe de aproveitar os biergarten, literalmente os jardins de cerveja, onde ela é consumida em canecas de meio e um litro.

Simon Dach Strasse – Se você não gosta de ficar zanzando por aí, prefere uma cadeira e um garçom, essa pequena rua em Friedrichshain é um ótimo lugar para passar o dia todo. Ladeada de bares dos dois lados da rua, com muitas mesas na calçada, opção não falta. A região ainda tem algumas ruas com comércio local interessante, alguns clubes menores e muita gente bacana indo e vindo.

Mikkeller Berlin. Foto: divulgação

Mikkeller Berlin – A marca dinamarquesa de cervejas abriu um bar no coração do Mitte. Além da usual decoração minimalista e intimista, a loja segue o padrão de suas lojas espalhadas pelo mundo apresentando 24 torneiras de cervejas, com marcas próprias e de convidados, que mudam constantemente. Ótimo lugar para degustar cervejas artesanais dos mais variados tipos. Endereço: Torstraße 102, Mitte. Horários: Domingo a quinta, das 15 à 0h; sexta e sábado, das 13 às 2h. 

Neue Odessa Bar – Para quem não está muito interessado em cerveja, mas gosta de drinks preparados de forma impecável, o Neue Odessa em Prenzlauer Berg é a pedida. O lugar tem um climão mais de paquera, mais escuro, com som alto, e muita gente linda. O Moscow Mule deles (drink que leva vodka, limão, gengibre e pepinos) é famoso e inesquecível. Endereço: Torstraße 89, Prenzlauer Berg. Horários: diariamente a partir das 19h.

Konrad Tönz – Perto do Görlitzer Park, em Kreuzberg, fica esse bar com uma aura retrô, mas com um público divertido e música boa. Pegamos uma curiosa noite temática do Quentin Tarantino, então passamos boa parte da madrugada circulando entre Beatrix Kiddos e Vincent Vegas. Vai até altas horas, então é um bom lugar para esquentar para as famosas baladas berlinenses. Endereço: Falckensteinstraße 3, Kreuzberg. Horário: diariamente a partir das 20h15. 

Badeschiff. Foto: Lalai Persson

Badeschiff – Se for verão e o calor apertar durante o dia, você pode fazer como os locais e pegar uma praia no rio Spree, em Treptow. Nada que se compare às nossas, mas a visita se torna interessante quando você vê a piscina construída no meio do rio, com um grande deck em volta. Você paga 5,50 euros para entrar, e fica bebericando seminu em volta de gente bonita. Se não quiser pisar na areia, vá para o Club der Visionäre ao lado, que não tem praia, mas tem um bom bar e boa música. Badeschiff – Eichenstraße 4, Kreuzberg. Horário: diariamente das 8 à 0h (piscina aberta entre maio e setembro). Club der Visionäre – Am Flutgraben, Kreuzberg. Horário: segunda a sexta, das 15 às 6h; sábado e domingo, das 12 às 9h.

8mm Bar – foto: divulgação facebook

8mm – Para quem quer é ouvir um bom rock and roll acompanhado de bons drinks, o 8mm é a melhor pedida. O bar é minúsculo, tem sempre DJ tocando uma ótima seleção de rock enquanto vídeos vintage são exibidos num telão. Deixe o shazam ligado! Por lá, pega a bebida no balcão e paga no ato. Como a maioria dos lugares, só aceita dinheiro. Endereço: Schönhauser Allee 177B, Prenzlauer Berg. Horários: diariamente das 18 às 4h.

Nathanja & Heinrich. Foto: divulgação.

Nathanja & Heinrich – É fora do rolê central, mas o bar vale a investida. Fica em Neukölln, é super charmoso e acolhedor. À noite, a iluminação é à luz de velas, trilha sonora ótima com soul & jazz. Ótimo para tomar uma cerveja ou bons drinks. O bar abre cedo e rola até levar o computador para lá e trabalhar. Endereço: Weichselstraße 44, Neukölln. Horários: segunda a sexta, das 15 às 3h; sábado e domingo, das 13 às 3h. 

A vista do Klunkerkranich. Foto: divulgação

Klunkerkranich – fica na cobertura de um shopping center cafona em Neulkönn e oferece no verão um dos pores do sol mais bonitos da cidade. É cobrado 5 euros de entrada e, além dos drinks, tem sanduíches alemães bem tradicionais. O bar abriga também festas que se esticam até 2h da manhã. Endereço: Karl-Marx-Str. 66, Berlim. Horários: segunda e quarta a sexta, das 16 às 2h; terça, sábado e domingo, das 12 às 2h.


Baladas

Com certeza você conhece alguém que foi a Berlim e voltou com uma boa história de uma balada em um lugar estranho. Os clubes da cidade são tão grandes, diversos e poderosos que já viraram uma instituição (com até poder político). Mas prepare-se porque nem tudo vem de graça. Além de enfrentar filas enormes nos clubes mais famosos, a door policy é cruel na maioria, e tende a desprezar não-locais. O melhor a fazer é ir acompanhado de alguém que conheça o sistema, ou na falta, esperar até depois das 4 da manhã, quando a ‘fiscalização’ afrouxa um pouco. Não se preocupe em pegar o fim das festas, porque elas não tem fim. Começam quinta ou sexta à noite, e só acabam segunda na hora do almoço.

Como acontece na maioria das cidades, o importante muitas vezes é a festa e não o lugar em si e Berlim é cheia delas. Uma das mais badaladas atualmente é a Cocktail d’Amore, que acontece mensalmente no Griessmuehle, a Pornceptual, que tem a brasileira Raquel Fedato por trás, e a Buttons, festa mensal no about blank.

Berghain – Bem na divisa entre Kreuzberg e Friedrichshain, esse é o clube mais famoso da cidade, e talvez no mundo. Tido como a meca do techno, foi construído em um prédio abandonado de uma empresa de energia elétrica, e por isso é gigantesco. Tanto que no mesmo espaço montaram um segundo bar, chamado Panorama, e agora um restaurante. Prepare-se porque aqui a fila é uma constante. Ou faça como os locais e chegue para a festa domingo bem cedinho (sim, eles acordam e vão). Nele há também o Panorama e o Kantine, que funcionam em dias mais diversos. Endereço: Am Wriezener Bahnhof. Horário: a partir das 23:59 de sábado até a manhã de segunda-feira.

KitKat – Se você quer mergulhar na noite berlinense de cabeça, esse é teu lugar. Mas aviso, esse lugar não é para qualquer um. O lema do clube é ‘faça o que quiser, mas comunique-se’. E a primeira parte do lema é levado bem a sério, tanto que lá é permitido andar pelado, transar onde quiser, e por aí vai. Tem gente que vai só por causa da música, mas mesmo esses tem que seguir o dress code da noite, que pode ser qualquer coisa. O clube é um clássico tendo sido fundada em 1994. A noite mais clássica é às segunda-feiras e a festa mensal Gegen Berlin, que sempre acontece na primeira sexta-feira do mês. OEndereço: Köpenicker Str. 76, BerlimHorário: normalmente a partir das 23 horas; after a partir das 8 nos domingos.

Lugar para sair e dançar é o que não falta na cidade do techno. O Wilden Renate é um clube com a cara dos dois primeiros, mas em escala e fila menor, atualmente mais frequentado por turistas do que por locais. O Stattbad fica em Wedding, e tem a pista dentro de uma piscina pública desativada. O Golden Gate fica embaixo de uma ponte no Mitte, e bomba às quintas. O Möbel Olfe era uma loja de móveis usados transformado em bar/balada em que os gays se acotovelam para entrar. E o about blank tem festas bem divertidas, mas por lá a recomendação é pegar as diurnas que acontecem no jardim aos finais de semana.

O importante é: cheque sempre a agenda das festas e clubes para não dar com a cara na porta ou cair numa roubada. Caso você seja “família tradicional brasileira”, recomendamos checar cada uma das nossas recomendações antes de se aventurar nelas.


Bater perna

Berlim é uma cidade muito grande comparada ao padrão europeu. Mas por ser plana, muito arborizada, ter pouco trânsito, é perfeita para andar muito. E lugares para passear é o que não falta. Tem inúmeros parques, lagos, e claro, pontos históricos surpreendentes. Em nenhum outro lugar, a história do século XX é tão evidente e chocante.

Portão de Brandenburgo e Memorial do Holocausto – O ponto central de Berlim é o Portão de Brandenburgo. Por ele passava o muro, e ali aconteceu a famosa aglomeração para ver o show do David Hasselhoff (???) na noite de reveillon depois da queda. É também uma das entradas do enorme Tiergarten, vindo da famosa avenida Unter den Linden. Ali se acotovelam os turistas, junto com atores de rua vestidos de soldados, pedindo para tirar foto com você por um trocado. Mas tem que ver. Passando por ele em direção a sul, você encontra o Memorial do Holocausto. Projetado pelo arquiteto Peter Eisenman, é formado por 2711 blocos de concreto organizados em um terreno inteiro desnivelado. O conceito por trás do projeto foi amplamente discutido e pouca conclusão se tirou. Mas a experiência de visitá-lo é unanimidade: intenso.

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Bundestag – O prédio que abriga o parlamento alemão foi construído no final do século XIX e assistiu a importantes episódios das duas grandes guerras. Por isso mesmo foi arrasado por incêndios e bombardeios, e ficou desativado de 1933 até 1990, quando começaram o processo de restauro. Em 1999 ele foi finalmente reaberto, e recebeu uma gigantesca cúpula de vidro projetada pelo arquiteto inglês Norman Foster. A cúpula pode ser visitada, mas as visitas devem ser agendadas com antecedência no site do parlamento.

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Tiergarten – O segundo maior parque urbano da Alemanha fica bem no meio da cidade e não tem como não passar por ele. No verão é uma grande massa verde densa, com pequenas clareiras onde o alemão aproveita para tirar a blusa e tomar sol entre os esquilos. No inverno é uma paisagem cinza, totalmente sem folhas, com grande apelo visual. Pelo meio dele se cruzam 5 avenidas, que se encontram em uma grande rotatória, a Grande Estrela, onde fica a Siegessäule. Essa estátua ficou famosa por conta do filme ‘Asas do Desejo‘ de Wim Wenders. Os mais animados podem pagar 6 euros e subir na torre até o pé da estátua. Lá de cima a vista da cidade é incrível, mas clastrofóbicos devem evitar.

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Mauerpark – Em Prenzlauer Berg está uma faixa de terreno que nem se pode chamar de parque, mas é onde ficou um dos maiores pedaços originais do muro. Só isso já vale a visita. Mas além disso, o Mauerpark se tornou muito popular por duas atrações dominicais. O Flohmarkt, mercado de pulgas, acontece toda semana ao lado, e tem todo tipo de quinquilharia, nova e velha, oriental e ocidental. Além disso, multidões vão para lá no domingo à tarde para ver o karaokê público que acontece no anfiteatro. Qualquer um pode entrar na fila e viver seus 3 minutos de estrela da música. Mas se mandar mal, vai sair debaixo de muita vaia.

Alexanderplatz – A praça central da Berlim Oriental é hoje o maior símbolo da cidade, por conta da torre de TV que fica bem no meio. Ainda hoje a torre é a segunda maior construção da União Européia. Na bola espetada funciona um mirante com restaurante, com uma vista espetacular da cidade em 360 graus. Mas claro que é um roteiro bem turístico, então não dá para escapar das filas. Ali também fica o Weltzeituhr, o relógio da hora mundial, que mostra o horário de inúmeras cidades. Ao redor da praça, existe uma infinidade de lojas e centros comerciais, incluindo a gigante dos eletrônicos Saturn, e a loja de departamentos Galeria.

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Potsdamer Platz – Se teve um lugar em Berlim que sofreu as conseqüências das duas guerras, foi a Potsdamer Platz. Depois, durante a Guerra Fria, essa praça foi seccionada pelo muro, e por conta disso ficou desolada até a reunificação. Desde então, sofreu uma gigantesca intervenção, foi toda redesenhada, e recebeu vários prédios novos com projeto de grandes arquitetos, como Renzo Piano e Richard Rogers. Ali fica o Sony Center, um prédio/praça bem comercial, mas com uma cobertura tensionada no meio que a noite é iluminada com LEDs coloridos e fica bem interessante. Ali do lado também tem o Neue Nationalgalerie, de 1968. Um projeto do Mies van der Rohe inteiro de vidro, e com exposições imperdíveis.

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Tempelhofer Feld – Em 2008, um dos 3 aeroportos da cidade foi fechado de vez, e em 2009 toda a área das pistas de pouso foi aberta ao público, se tornando um grande campo de recreação. As pistas continuam, como um ótimo lugar para se andar de bicicleta, patins ou skate. O prédio que abrigava toda a operação portuária hoje é usado esporadicamente para abrigar eventos, feiras, congressos e até shows de música. Há uma área com jardins particulares, mas de acesso aberto ao público, cada uma mais inusitado que o outro. No verão costuma ficar lotado com pessoas fazendo picnic ou mesmo churrasco.

Memorial de Guerra Soviético. Foto: divulgação

Treptower Park – É o segundo maior parque de Berlim com 84 hectares de área verde e fica à margem do Rio Spree. São várias áreas diferentes, jardins, bosques, lago e o impressionante Memorial de Guerra Soviético, que ocupa quase 100 mil metros quadrados de área do parque. O memorial foi erguido após a Segunda Guerra Mundial, entre 1946 e 1949, para homenagear os 80 mil soldados soviéticos mortos na Batalha de Berlim e, também, funciona como um cemitério onde estão sepultados mais de 7 mil soldados que perderam sua vida durante a batalha.

Liquidrom. Foto: divulgação

Liquidrom – Se depois de tudo isso as pernas estiverem pedindo arrego, esse é o lugar. Esse spa ultra moderno tem, além de todas as comodidades de um spa qualquer, um sistema de som arrojadíssimo, que funciona embaixo d’água. Fora o som é ambiente, bem tranqüilo, e se você mergulha, parece que está dentro da caixa de som. Os preços são relativamente baratos, considerando que são em euro. Nada melhor para relaxar. Endereço: Möckernstraße 10, Kreuzberg. Horários: domingo a quinta, das 9 à 1h; segunda e terça até 0h.


Arte & Cultura

Bauhaus Archiv – Dedicado a manter viva a história da maior e mais importante escola de design do mundo, o Arquivo Bauhaus é parada certa para que gosta de arte. Localizada ao sul do Tiegarten, o prédio já faz menção à criatividade ligada a Bauhaus desde que é avistado. A exposição do acervo deles é dedicada a trabalhos desenvolvidos pelos alunos durante o período áureo da escola, com professores como o próprio Gropius, Mies e Kandinsky. Há também exposições temporárias. A loja na saída tem desde objetos incríveis e caros de design do mundo todo, até uma vasta seleção de pôsteres lindos por módicos 5 euros. Endereço:Klingelhöferstraße 14, Tiergarten. Horários: quarta a segunda, das 10 às 17h. Não abre às terças-feiras.

Bauhaus Archive. Foto: divulgação

Museu Judaico – Projetado pelo arquiteto judeu Daniel Liebeskind, tem uma grande e interativa exposição sobre a história e a cultura judaica, mas o que chama atenção mesmo é o hall de acesso entre o edifício antigo e o anexo novo. Dividido em 3 eixos que se cruzam, mostra através de uma experiência sensorial os caminhos traçados pelas famílias européias durante a Segunda Guerra: o exílio, a continuidade e o  holocausto. Não deixe também de fazer um pit stop no restaurante. Além da boa comida, tem um grande pátio envidraçado muito bom para experimentar a deliciosa torta de ruibarbo. Endereço:Lindenstraße 9-14, Kreuzberg. Horários: segunda, das 10 às 22h; demais dias, das 10 às 20h.

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Hamburger Bahnhof – A antiga estação de trem, bem ao lado da novíssima Hauptbahnhof, foi transformada em museu de arte contemporânea, com um acervo impressionante, e abriga ainda exposições enormes de grandes nomes da arte alemã e mundial. Se você é dos que gosta de carregar peso, na loja de livros de arte deles dá para perder horas. Endereço: Invalidenstraße 50-51, Mitte. Horários: terça, quarta e sexta a domingo, das 10 às 18h; quinta até às 20h. Não abre às segundas.

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Auguststrasse – O Mitte, onde tudo acontece, é também o point das galerias de arte mais bacanudas da cidade. A Auguststrasse, em especial, reúne muitas, e as melhores delas. No mesmo quarteirão, quase vizinhas, ficam as que mais gostamos: a KW e a Me Collectors.

C/O Berlin. Foto: divulgação

O C/O Berlin é uma das principais galerias de fotografia de Berlim e, talvez, do mundo. A galeria, fundada em 2000, não tem fins lucrativos. Abriga simultaneamente até três exposições em salas com estilo minimalista dos anos 1950, espalhadas em seus dois andares. Além do espaço expositivo, a C/O Berlin conta com um ótimo café e uma livraria dedicada à fotografia, claro, de tirar o fôlego. Endereço: Hardenbergstraße 22-24, Charlottenburg. Horários: diariamente das 11 às 20h.

Außenansicht Bunker. Foto: © NOSHE. Sammlung Boros.

A galeria de arte Sammlung Boros fica num antigo bunker construído em 1942 numa caixa de concreto de 5 andares, ocupando uma área de 3 mil metros quadrados. Em 2003 o o publicitário Christian Boros comprou o espaço para abrigar sua coleção de arte e, também, servir de sua moradia. Em 2007 a galeria abriu suas portas ao público com uma exposição de duração de 4 anos com um belo apanhado da arte contemporânea, incluindo obras de artistas como Olafur Eliasson, Sarah Lucas e Elizabeth Peyton. Por lá somente visitas guiadas agendadas previamente. A visita é concorrida e quando visitamos o local o agendamento foi feito com quase três meses de antecedência. Endereço: Reinhardtstraße 20, Mitte

Sammlung Hoffmann. Foto: LAX to DCA

Outra coleção particular aberta para visitação pública é o Sammlung Hoffman. A Sra. Erika Hoffmann desenvolve a cada ano uma curadoria inteligente e provocativa sobre sua vasta coleção, abrindo as portas da sua residência aos sábados para exibi-la ao público. Com sorte, é possível encontrá-la entre um salão e outro. Com simpatia e sensibilidade, ela não se importa em interagir com os convidados. Nas conversas fica claro o propósito da Sra. Hoffmann: transformar arte privada em pública mais no sentido político e social do que artístico. Vale a pena a visita e é necessário agendar a visita, que sempre acontece aos sábados, via telefone ou email. Endereço: Sophienstraße 21, Mitte.

O AGORA é um coletivo que busca discutir as interações artísticas por meio do trabalho em grupo. Nele funcionam estúdios, residências de artistas, ateliês para workshops e discussões, e claro, exposições. Localizado em Neukölln, o AGORA esconde outras maravilhas, um café e um restaurante, onde servem eventualmente brunch e almoço. Antes de visitar, confira a programação no site. Às vezes é possível assistir uma performance ou intervenção artística antes de matar sua fome. Endereço: Rollbergstrasse, 26 – Untergeschoss


Compras

KaDeWe – A Kaufhaus des Westens é a maior loja da Alemanha e a segunda maior da Europa (perdendo só para a Harrods de Londres). São 60mil metros quadrados em um prédio lindo do século de XIX, com as melhores grifes do mundo. Mais do que comprar, vale a pena passear para ver a arquitetura, e aproveitar a parte de comidas que é um verdadeiro deleite. Endereço: Tauentzienstraße 21-24, Schöneberg. Horários: segunda, quarta e quinta, das 10 às 20h; sexta, das 10 às 21h e sábado, das 9h30 às 20h. Não abre às terças-feiras.

Andrea Murkudis. Foto: divulgação

Andreas Murkudis – Também uma loja de grifes, mas com apelo muito mais alternativo e cool, a Andreas Murkudis é bem mais modesta em tamanho com seus mil metros quadrados. Aqui a seleção de produtos é bem cuidada pelo seu dono, e o visual é ultra minimalista e chique. Roupas, jóias, design para casa, comida, cosméticos, de tudo um pouco, mas tudo único e incrível. Mas é loja para colocar a mão no bolso. Endereço: Potsdamer Straße 81, Tiergarten. Horários: segunda a sábado, das 10 às 20h.

Weinbergsweg – Saindo um pouco do miolo mais conhecido da Alle Schönhauser Strasse e da Weinmeisterstrasse, essa ruinha saindo da Rosenthaler Platz esconde um monte de surpresas. Cafés com mesinhas na rua, livrarias, papelarias, lojas de discos e de cacarecos, marcas de roupas locais e um monte de coisas legais se misturam com predinhos residenciais e um parque nos primeiros quarteirões e nas travessas. Não perca a Rotation Records, a Schöne Schreibwaren e a SuperConscious. Nessa área também, na Rosenthaler Str. tem a Granit, loja sueca de artigos para casa e decoração que dá vontade de sair decorando a casa, e a Schee, loja de pôsteres e objetos de decoração. E ao lado há várias outras lojas de roupas super fofas.

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Voo Store – No meio de Kreuzberg, tem a Oranienstrasse, uma rua que mistura tudo num roteirão alternativo: bares temáticos, restaurantes de imigrantes, casas noturnas suspeitas e muita gente descolada. Escondida no fundo de um pátio interno de um prédio, a Voo é uma multimarcas despojada de coisas bacanas e hipsters. Tem desde roupas de marcas desconhecidas até bicicleta. O café também é muito bom.

Do you Read Me? – Perto das galerias da Auguststrasse fica essa pérola para quem encara trazer um monte de revistas internacionais. Lá você encontra publicações do mundo inteiro sobre arte, moda, arquitetura, fotografia, música e cultura em geral, tudo com preço decente. Endereço: Auguststraße 28, Mitte. Horários: segunda a sábado, das 10 às 19h30.

Rike Feurstein – Especializada em chapéus, a designer alemã começou vendendo suas criações no ateliê, mas logo que abriu sua pequena loja numa esquina do Mitte, fez tanto sucesso que foi parar na Barneys e no New York Times. Tudo lá é feito à mão, e ela está lá, super disponível e simpática para atender os clientes. Além dos chapéus, ela tem um trabalho incrível com os cachecóis feitos de tricô. Endereço: Rosa-Luxemburg-Straße 28, Mitte. Horários: segunda a sábado, das 12 às 19h.

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Hay Berlin – Para quem está montando a casa, ou quer comprar um presente de efeito, essa loja de decoração dinamarquesa enche os olhos. Infelizmente não dá para trazer os móveis, mas lá você encontra almofadas, mantas, brinquedos, cabideiros, chaveiros, e até post-it com design único. Endereço: Auguststraße 77-78, Mitte. Horários: segunda a sábado, das 11 às 19h.

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FriedrichsLust

FriedrichsLust – Outra loja escondida no fundo do pátio de um prédio é esse achado curioso. Ali comprar não é o foco principal, e sim admirar a coleção vasta de coisas antigas originais, peças de roupa novinhas em folha e objetos estranhos. O que mais chamou a atenção eram os animais empalhados, as bolas de couro de vários formatos e casacos militares que devem ter visto muita batalha. Mas fique ligado que só abre às quintas, sextas e sábados. Endereço: Neue Christstraße 7, Charlottenburg. Horário: vale a pena telefonar antes de ir +49 30 51736256.

Loja de roupa por quilo – Se você está num esquema low-budget, mas ainda assim quer trazer alguma lembrança de Berlim, a cidade tem uma seleção infinita de brechós e bazares escondidos. Mas o tipo de loja que faz mais sucesso é do das roupas vendidas por peso. Prepare a paciência e o nariz para vasculhar nas araras que não acabam. Os preços geralmente giram em torno dos 15 euros o quilo. As mais conhecidas são a Colors e a Garage, que são do mesmo grupo, e a Humana, que tem 3 endereços na cidade.

Garments Vintage. Foto: divulgação

Garments Vintage – Brechó pequeno com uma ótima seleção de peças femininas, incluindo opções como vestidos de festas (incluindo com brocados), casacos longos, casacos, sapatos, bolsas e acessórios. Na passagem que fizemos por lá achamos um casaco clássico com ombreiras do Balmain de cair o queixo e preço relativamente acessível. Dá vontade de encher a sacola. Endereço: Linienstraße 204, Mitte. Horários: segunda a sábado, das 12 às 19h.

Fête de la Boutique. Foto: Divulgação.

Fête de la Boutique – Loja conceito com uma ótima curadoria de marcas escandinavas, alemãs e francesas de roupas, acessórios, produtos de beleza, objetos de decoração e até móveis. A loja é tão linda que ela em si já vale a pena a visita. Endereço: Mulackstraße 11, Mitte. Horários: segunda a quinta, das 11 às 19h; sexta e sábado, das das 11 às 20h.

Hard Wax – É a meca da dance music e uma das lojas mais renomadas de techno do mundo. Fundada em 1989 pelo duo Basic Channel, formado pelo Mark Ernestus e Moritz Von Oswald (caso não conheça, dá um google e irá entender o sucesso da loja), numa antiga fábrica. É comum encontrar DJs de peso por lá atrás de novidades. A curadoria é primorosa. Endereço: Paul-Lincke-Ufer 44A. Horários: segunda a sábado, das 12 às 20h.

hhv store – Loja de streewear e discos, onde você pode comprar online e depois ir buscar o pedido pessoalmente. Tem uma ótima seleção de vinil novo e usado de música eletrônica, jazz, hip-hop, funk, soul e disco. É possível encontrar umas belas raridades por lá. Endereço: Grünberger Str. 54, Friedrichshain. Horários: segunda a sábado, das 12 às 20h.


24h em Berlim

Definir o que fazer em só 24 horas em Berlim é quase impossível. Primeiro porque a cidade nunca dorme mesmo, então dá literalmente para virar o dia fazendo coisas. Segundo porque a cidade é múltipla, tem para todos os gostos, e as coisas para fazer nunca acabam. Mas se você realmente só tem um dia premiado, vamos lá:

Para começar o dia enchendo o tanque de bateria para a maratona, peça um bom brunch no Chagall. Desça a Alte Schönehauser Allee, curtindo o Mitte até o Hackescher Markt e de lá siga para a Karl-Liebknecht Strasse. Seguindo para oeste, você vai passar pela ilha dos museus. Nessa ilha, cinco museus históricos, como o Pergamon, estão um ao lado do outro, mas a maior atração é ver as marcas de balas e bombardeios na fachada deles, mantidas intactas.

Seguindo na avenida, que agora é a Unter den Linden, você vai chegar até o Portão de Brandenburgo. À frente você vai ver o Tiergarten e a estátua da Siegessäule ao fundo, e ao lado, não deixe de ver o Memorial do Holocausto. Volte para a Friedrichstrasse, e vá para o sul. Você vai passar pelo conhecido Checkpoint Charlie, a porta de passagem entre leste e oeste na época do muro. Depois de andar tanto, que tal um pit stop no Westberlin? Ótimo para comer, sentar um pouco e tomar uma cerveja.

Com as pernas descansadas, é hora de ir para o Museu Judaico. Se você não almoçou antes, pode aproveitar o restaurante deles antes da exposição. Depois, chega de guerra um pouco. Um bom passeio pela Oranienstrasse ajuda a desanuviar. Se estiver calor, de lá da para ir até o Club der Visionäre para ouvir um pouco de música e tomar uns drinks. Saindo de lá, já dá para recarregar de novo para se preparar para a balada. Lá perto, vá no Nil Imbiss, um boteco sudanês que tem uns sanduíches deliciosos com falafel, halloumi, queijo feta, entre outras coisas.

Hora de esquentar, então uma boa pedida é subir para a Simon-Dach Strasse, escolher um dos bares e lá ficar jogando conversa fora com os amigos. Se quiser algo mais agitado, por ali mesmo tem o KPTN, bar fechado com música boa. Lá dá para esticar o quanto der, até a hora da batalha. Hora de escolher a balada e enfrentar as hostess-vilãs e rezar para entrar. O bom é que se for barrado em uma, sempre dá tempo de correr para as outras.