Capital da província de Flandres, na Bélgica, Bruges parece ter saído das páginas de um conto de fadas. Chamada de “Veneza do Norte” por causa de seus inúmeros canais, a cidade tem construções medievais, moinhos e ruínas gaulesas (coloco ainda na lista de suas atrações a batata frita, a cerveja e os famosos chocolates belgas).

Como uma fábula, o tempo parou na praça central iluminada por grandes candelabros, ruas com calçamento de pedras e carruagens indo e vindo … seu centro histórico é tombado como Patrimônio da Humanidade pela Unesco desde 2000. Suas casas e edifícios mantém o clima das vilas medievais graças à repaginada feita em 1870, quando o Conselho da Cidade entendeu que a vocação do local era o turismo. De porto flamengo e centro de mercadores de tecidos no século XII a um dos primeiros destinos turísticos europeus, Bruges tem lugares incríveis recheados de histórias e lendas.

Um deles é a Basílica do Sangue Sagrado, guardiã de uma relíquia com o sangue de Jesus, encontrada em uma cruzada para Jerusalém. Dizem que na veneração, o sangue se transforma de sólido para fluído. Quer conferir isto de perto? A veneração acontece todos os dias das 11h30 às 12h e, ainda de segunda a quinta das 14h às 15h e de sexta a domingo de 14h às 16h.

E toda cidade medieval que se preze tem sua torre, não? No caso, a Belfry, com 83 metros, é outro destaque do lugar. Após subir os 366 degraus em uma escada em caracol, pode-se admirar uma vista panorâmica da cidade sem igual. Como só é possível subir 70 pessoas por vez, existe uma fila razoável. Reúna coragem, disposição e alguns euros e vá: a vista é linda!
Uma das lendas famosas de Bruges é sobre a presença dos cisnes nos seus lagos. No século XV, após a morte do seu administrador, Pieter Lanchals, cujo o sobrenome quer dizer “pescoço longo”, a cidade foi condenada a ter essas aves em todos os lagos.

Já o lago Minnewater, conhecido como o lago do amor, guarda a história de Minna que, apaixonada por um soldado que partiu para a guerra com os romanos, fugiu do lugar para não se casar com outro. O final é trágico: o seu grande amor a reencontra, mas ela morre exausta em seus braços.
Porém, aos amantes das artes, a história mais interessante é a da Madonna de Bruges feita por Michelangelo, por volta de 1504, que hoje está na Igreja dedicada à Nossa Senhora. Ela foi roubada duas vezes: uma por Napoleão, em 1794, e outra pelos nazistas, em 1944. No roubo pelos soldados alemães, a escultura foi contrabandeada em um caminhão carregado de colchões da Cruz Vermelha. Dois anos depois, a escultura foi encontrada pelas forças aliadas e devolvida à cidade.

Nossa! Quantas histórias, não? E tem muitas outras, envolvendo os lugares por onde o pintor Jan van Eyck viveu, a Casa das Beguines (as esposas de Jesus), e os diversos museus que existem na cidade. Você pode ter acesso aos pontos turísticos mais disputados com a compra do cartão da cidade. Pode valer à pena, são 25% de desconto na entrada de cada atração.

Fujam do museu das batatas fritas! É cilada! Já os bares e cervejarias, como o Brugs Witbier (que tem até um museu), Straffe Hendrik e Café Vlissinghe (o bar mais antigo da cidade), as casas de waffle (a mais famosa é a Oyya), as lojas de chocolates Godiva e Leonidas e as barracas de batata frita e salsichões que existem nas ruas são lugares perfeitos para encontrar gente bacana e fazer suas próprias histórias por lá.
*Foto destaque: Kisa_Markiza