Minhas sinapses foram assoladas pelo volume de informações e estímulos que foi o furacão South by Southwest, o maior festival de interatividade, música e filme, que acontece anualmente em Austin, no Texas.
Comi pizza feita por uma impressora 3D, recebi dicas terapêuticas por um robô, virei multi-instrumentista em realidade virtual, peguei fila com o tiozinho da NASA falando da missão em Marte para 2018. E agora, ao voltar ao passado, entendi exatamente como Marty McFly se sentiu.
Para inserir vocês no clima, um rolê em Austin de Pedicab, o meio de transporte mais famoso da cidade.
E como estamos falando de novidades tecnológicas: percebam que o vídeo é 360 (você pode clicar e arrastar ou, ainda melhor, ver no celular girando o corpo. Experimente!). Ainda se tiver óculos ou cardboard, você consegue ver o vídeo em realidade virtual.
Minha conta pessoal foi ter assistido 29 sessões, 25 bandas e 1 filme, o que parece até meio pobre levando em consideração que o SXSW teve mais de 2.200 bandas, 233 painéis e sessões, em 107 lugares diferentes. Mas tente fazer isso em 10 dias!
Com vocês, alguns aprendizados do meu festival:
1. Tirar uma selfie com o Obama não é nada fácil
Recebi email da Casa Branca respondendo meu credenciamento como imprensa para entrar na palestra. Aparentemente eles não acharam que o Chicken or Pasta é um veículo extremamente relevante para política internacional.
As ruas de Austin ficaram paradas com a comitiva da presidência – mesmo do lado de fora foi bem impressionante. No vídeo, Obama come tacos. (Viu como nossa cobertura é importante, Casa Branca?)
2. Dei um rolê em Marte com a NASA

Os detalhes são inacreditáveis, a sensação é de realmente andar e explorar outro planeta.Seu cérebro entra em tilt porque você – e sua visão – realmente acredita que você está em outro lugar, mas seu corpo não sente o mesmo. Essa brincadeira (realidade virtual) vai transformar radicalmente várias indústrias, como a educação – por que estudar sobre o corpo humano, se você pode entrar dentro do sistema digestivo de um humano para aprender?
3. Entrevistei um Andróide
Já viram a foto desse cientista japonês muito louco que fez um robô igual a ele?

Pois é, fui conhecê-lo, e com implementação de AI e Machine Learning, o andróide está ficando cada dia mais esperto.
4. Descobri a solução para a super população do mundo
Conversei com uma atriz pornô que trabalha com realidade virtual e fiz a experiência deles. Isso somado a novos toys como o Fleshlight, permitem que os homens (sim, é ainda meio sexista) escolham a modelo do universo que queiram para uma “experiência” imersiva.
5. Fiz meditação no Himalaia
Sabe quando na meditação tradicional o guia vai falando: “imagine uma bola azul que preenche o seu corpo, agora uma praia deserta…”, e você pensando: “tá, não estou vendo nada disso e tenho uns cinco boletos para pagar hoje…”
Bom, dentro da realidade virtual você realmente entra no Himalaia, anda, e enxerga a famigerada bola azul. E realmente aumenta impressionantemente seu poder de concentração. Ah, e também meditei com o ex-monge Andy Puddicombe, criador do Headspace.
6. Descobri que é possível ver shows sem perrengue
Assim como viajar de primeira classe arruina todos os seus próximos vôos de econômica, acho que o SXSW destruiu todos meus próximos festivais na vida. Isso porque ver Iggy Pop com Josh Homme, Strokes e outros que contei aqui ontem sem perrengue arruinou todos os meus próximos shows.
7. Aprendi a lidar com FOMO (Fear of Missing Out)
Foto: Digai
Tá, não aprendi. Mas aprendi a me resignar porque é absolutamente impossível fazer um vigésimo de todas as coisas que você gostaria de ter feito. E me sinto uma pessoa marginalmente mais madura do que uma adolescente de 14 anos no show do Justin Bieber.
8. Desenvolvi uma estranha dieta alimentar

Aparentemente meu corpo consegue se sustentar 10 dias com base em café, cerveja e amostras de chocolate entregues na rua por uma marca qualquer.
9. Descobri o porquê Austin é weird

O slogan Keep Austin Weird começou a fazer sentido. Entre cowboys high-tech, figuras mais fantasiadas do que vemos no Burning Man e geeks em clima de Woodstock, Austin conquista seu coração em um ritmo frenético, instigante e com gostinho de um futuro que é logo ali, aqui, em todo lugar.
Post com contribuição de Ana Arruda da Era Transmídia
