Patrimônios da Humanidade em perigo

Recentemente, o mundo assitiu embasbacado às cenas bárbaras do exército do Estado Islâmico depredando o acervo milenar do Museu da Civilização de Mossul, e depois em Nimrud, no Iraque. Algumas das obras são a época dos assírios, do século VIII a VI a.C. A perda é inestimável e irreparável para toda a humanidade. A UNESCO, o braço da ONU que cuida de educação, ciência e cultura, não ficou de braços cruzados, e no dia seguinte à publicação do vídeo se reuniu para ver que poderia ser feito para a preservação da parte do acervo que sobreviveu ao ataque, e proteger outras coleções similares da região.

Mas a Unesco não intervém apenas em casos assim. A entidade tem relacionadas entre os seus 1007 sítios de Patrimônio Mundial, eles listam 46 pontos que devem ser mantidos sob vigilância para evitar que sofram danos consideráveis e sejam descaracterizados. A lista é a seguinte:

– Afeganistão: paisagem cultural e sítio arqueológico do Vale de Bamiyan
– Afeganistão: o minarete e as ruínas de Jam

– Belize: a reserva da barreira de Corais

– Bolívia: a cidade de Potosí

– República Africana Central: Parque Nacional Manovo-Gounda St. Floris

– Chile: escritórios salitreiros Santiago Humberstone e Santa Laura

– Colômbia: Parque Nacional Los Katíos

– Costa do Marfim: Parque Nacional Comoé
– Costa do Marfim: Reserva Natural Integral do Monte Nimba

– República Democrática do Congo: Parque Nacional Garamba
– República Democrática do Congo: Parque Nacional Kahuzi-Biega
– República Democrática do Congo: Reserva Selvagem Okapi
– República Democrática do Congo: Parque Nacional Salonga
– República Democrática do Congo: Parque Nacional Virunga

– Egito: Abu Mena

– Estados Unidos: Parque Nacional dos Everglades

– Etiópia: Parque Nacional Simien

Montanhas Simien - Shutterstock: Karel Tupy
Montanhas Simien – Shutterstock: Karel Tupy

– Georgia: Catedral de Bagrati e Monastério de Gelati
– Georgia: Monumentos Históricos de Mtskheta

– Guinea: Reserva Natural Integral do Monte Nimba

– Honduras: Reserva Biosférica do Rio Plátano

– Indonesia: Floresta Tropical de Sumatra

– Inglaterra: a Cidade Marcantil Marítima de Liverpool

– Iraque: Ashur (Qal’at Sherquat)
– Iraque: Cidade Arqueológica de Samarra

– Jerusalem: cidade velha e sua muralha

– Madagascar: Floresta de Atsinanana

– Mali: Timbuktu
– Mali: a Tumba de Askia
Mesquita de barro em Timbuktu - Shutterstock: Michele Alfieri
Mesquita de barro em Timbuktu – Shutterstock: Michele Alfieri

– Niger: Reservas Naturais de Air e Ténéré

– Palestina: a Igreja da Natividade e a rota de peregrinação de Belém
– Palestina: a Paisagem Cultural do sul de Jerusalém em Battir

– Panamá: as fortificações do caribe em Portobelo-San Lorenzo

– Peru: a Zona Arqueológica de Chan Chan

– Senegal: Parque Nacional Niokolo-Koba

– Sérvia: Monumentos Medievais de Kosovo

– Ilhas Solomon: parte oriental da ilha de Rennell

– Síria: cidade antiga de Aleppo
– Síria: cidade antiga de Bosra
– Síria: cidade antiga de Damasco
– Síria: vilas antigas do norte do país
– Síria: Crac des Chevaliers e Qal’at Salah El-Din
– Síria: sítio de Palmyra

– Uganda: as tumbas dos reis de Buganda em Kasubi

– Tanzânia: Reserva de Selous Game

– Venezuela: a cidade colonial de Coro e o porto

Centro histórico de Coro - Shutterstock: Rafal Cichawa
Centro histórico de Coro – Shutterstock: Rafal Cichawa

– Yemen: cidade histórica de Zabid

Dá para ver que a grande maioria dos lugares corre sérios riscos em virtude de guerras civis que assolam o país onde estão, mas curiosamente esses não são os mais problemáticos de se resolver. Esses casos são notórios em zonas de guerra atuais como a Síria e o Congo.
O maior drama acontece geralmente em locais com problemas relacionados às mudanças climáticas mundiais e o quanto elas afetam a natureza diretamente. É o caso dos Everglades na Flórida, e dos corais de Belize. Mas o que mais me chocou foi a inclusão da área portuária de Liverpool na lista. Aquela região estava em perigo por conta da pressão mercadológica do entorno para mudar as características urbanísticas da área: prédios altos, demolições, etc. Parece algum lugar que você conhece? Mas a UNESCO tem trabalhado muito nos últimos anos junto com a Prefeitura da cidade para organizar o avanço do mercado imobiliário, sem causar a degradação do Patrimônio Histórico.
Zona portuária de Liverpool - Shutterstock:  Debu55y
Zona portuária de Liverpool – Shutterstock: Debu55y
Se quiser conhecer cada um desses lugares, e quais são os problemas enfrentados por eles, dá uma olhada no relatório completo da própria entidade aqui. E alguns dos trabalhos feitos para minimizar os efeitos destrutivos aqui.
Foto do destaque: Shutterstock –Tami Freed