Todo o acervo do Louvre está online a partir de agora, para ser acessado gratuitamente, sem precisar sair de casa.
Se tem uma instituição de arte que está investindo para se atualizar ao século 21, e à loucura dos tempos pandêmicos, ela é o tradicionalíssimo Museu do Louvre, em Paris. O maior museu de arte do mundo anunciou na última sexta-feira que disponibilizou todo seu acervo para que seja visto online! São cerca de 480 mil obras que podem ser vistas pelo computador, tudo de graça!
Quem já esteve no Louvre sabe que visitar o museu não é tarefa para amadores. São alas e corredores e andares e escadas infinitas, e cada canto tem algo de especial para ser visto. Então, para deixar nosso tour virtual mais simples, o site da coleção disponibilizou ferramentas de pesquisa sofisticadas para você conseguir chegar em qualquer lugar. A busca pode ser feita por categoria (pintura, escultura, mobiliário, etc), pela época, pela posição geográfica dos artistas, e até pela ala do museu para os mais escolados.
Se você, como eu, não sabe nem por onde começar passando pela pirâmide de cristal, não se aflija. O Louvre também montou álbuns temáticos que facilitam a navegação pelo acervo online. O mais óbvio, claro, é álbum com as obras-primas do museu. Estão lá a Venus de Milo, a Vitória de Samotrácia, a Grande Esfinge de Tanis e a indefectível Mona Lisa. Outros álbuns te levam a eventos históricos, obras compradas em 2020 (portanto inéditas), e obras recuperadas da Alemanha pós-Segunda Guerra, entre outros. Você pode ainda se guiar por um mapa interativo do museu, que tem tours em inglês, francês, espanhol e chinês. Dá para perder horas, talvez dias ali.
Depois de um ano tão complicado para instituições como os museus, que tiveram uma queda vertiginosa de arrecadação, o Louvre dá um importante passo para o futuro entregando um dos maiores patrimônios artísticos da humanidade para a própria. É mais um grande aceno em direção ao mundo contemporâneo. Nos últimos anos, o Louvre já mostrou esse movimento quando criou uma ação com o Airbnb para liberar um sortudo de passar a noite lá dentro, quando abriu suas portas para um manifesto anti-racista da rainha Beyoncé, e quando se dispôs a devolver obras roubadas durante a guerra para seus antigos donos. Espero que esse movimento seja acompanhado por tantos outros museus incríveis ao redor do mundo.
*Imagem de destaque: Annette van Kooten – PxHere