Você sofre quando tem que fazer um voo longo até a Europa ou o Oriente Médio? Então alonga as pernas e corre aqui para ver esse vôo que vai começar a operar. A Qantas Airlines, a maior companhia aérea australiana, está trabalhando para começar a operar os vôos mais longos do planeta, ligando Sydney a Londres e a Nova York, sem escalas. A coisa é tão doida que recebeu até um nome chique: Project Sunrise.
Hoje a Qantas já tem um dos vôos mais longos desde 2018, ligando Londres a Perth, na costa oeste da Austrália, em 17 horas. Essa perninha a mais até Sydney, do outro lado do país, adiciona só mais 2.400 km. Isso quer dizer uma coisa: 20 horas e 20 minutos de vôo. VINTE HORAS E VINTE MINUTOS!
Tá, mas quem é o maluco que quer pegar um vôo desses? Pode parecer estranho, mas existe uma grande demanda para essa rota. O trajeto Londres-Sydney é uma rota tradicional, que ganhou o nome de Rota Canguru. O nome vem de quando a rota foi lançada nos anos 40, quando ela durava 4 dias e tinha 9 paradas. Falando assim, nem parece tão ruim a parada única de hoje em dia, em Bangkok ou Singapura, para abastecer.

O Project Sunrise está em pleno desenvolvimento, mas ainda tem uma série de problemas a resolver. O maior deles é a definição da aeronave ideal para esse percurso. A Boeing e a Airbus estão em plena disputa para conquistar esse posto, cada uma desenvolvendo uma aeronave específica para isso. Entre as questões a serem consideradas estão alterações nas regras da agência reguladora da aviação civil australiana e a renegociação de contratos com pilotos.
Mas para nós, reles passageiros (de classe econômica ainda!), o que mais interessa são os ajustes que deve ser feitos nas cabines, para que o vôo seja minimamente confortável, e ainda gere o lucro necessário para ser comercialmente viável. A princípio, a Qantas queria que os aviões do Project Sunrise tivessem obrigatoriamente 4 classe, mas essa decisão já caiu. Agora eles estudam qual seria a relação mais lucrativa entre executiva e as classes econômicas (com certeza vai ter uma business maior que o comum). Fora isso, vôos tão longos exigem que os passageiros se movimentem, para evitar riscos à saúde. Por esse motivo foi considerada a instalação de beliches, cafés e lounges, mas nada disso foi aprovado. O que se sabe só é que haverá uma área para relaxamento e alongamento em algum lugar da aeronave.

A projeção é que o Project Sunrise comece a operar comercialmente só em fins de 2021 ou 2022. Mas confesso para vocês: não estou nem um pouco excitado de fazer essa viagem. E você, encara?
*Imagem de destaque: Qantas Airlines