Viver para Lutar – a série que investiga as artes marciais pelo mundo

Tem gente que roda o mundo para ouvir música, ou para comer. Tem gente que gosta mesmo de ver coisas muito bizarras que acontecem no mundo. Seja o motivo que leve cada um a pegar um avião, sempre tem gente com interesses parecidos, e é a partir deles que surgem os grupos de discussão, as agências especializadas, e as séries de TV. A gente tem falado bastante de séries em que os protagonistas rodam um planeta para desvendar os aspectos mais peculiares de cada lugar. Hoje estreia mais uma delas: Viver para Lutar.

Na verdade é uma meia estreia, já que hoje começa a segunda temporada. Nessa série, o lutador Minotauro vai para vários países para descobrir toda a história e a cultura que existem por trás das artes marciais, terreno que ele domina como ninguém. Na segunda temporada, que tem produção da Mixer Films, ele visita a China, Cuba, Holanda, Israel, e Japão, onde ele conhece as origens do kung fu, do boxe, do kickboxing, do krav magá e do aikido. Um dos episódios é dedicado também à nossa brasileiríssima capoeira, que mistura a luta, a dança e a religião vindas com os escravos no período colonial. O apresentador então volta para a sua Bahia natal para descobrir ali uma das artes que faz parte da gênese do MMA.

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Rodrigo Minotauro – foto: Diogo Nunes

Para quem não sabe (tem alguém?), Rodrigo Minotauro é um dos maiores atletas de MMA do mundo, ex-campeão na categoria peso-pesado, e atualmente é embaixador do UFC. Com um currículo desses, ele conseguiu abrir portas dos maiores centros de ensino de artes marciais, e teve contato com alguns dos maiores mestres vivos. Na China, por exemplo, ele é convidado a conhecer o lendário Templo Shaolin, onde o kung fu faz parte das práticas milenares dos monges do zen budismo. Em Havana, ele tem acesso à fechadíssima Escola Nacional de Boxe, e acaba conhecendo o grande boxeador Félix Savón, ganhador de 3 medalhas de ouro em Jogos Olímpicos.

As artes marciais foram todas criadas como forma de proteção das civilizações em períodos de guerra. São técnicas que vem sendo aprimoradas há séculos – ou às vezes milênios – e que dizem muito sobre cada cultura. Ao visitar cada país, e apresentar essas modalidades populares da região, a série traz particularidades ligadas a elas que vão desde a relação com as religiões, a formação da identidade nacional, o trabalho social do esporte, até o intercâmbio internacional.

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Aprendiz de kung fu no Templo Shaolin – foto: Flickr – larique

Fica latente também como a evolução das artes marciais traz uma carga histórica muito grande. Enquanto o krav magá israelense é uma luta com viés combativo muito grande devido à situação constante de conflitos do país, a nossa capoeira se sobrepôs aos aspectos físicos e esportivos para se tornar parte da expressão cultural brasileira. E considerando que o próprio Minotauro é cria da Bahia, existe aí uma carga grande de volta às origens quando pensamos em um lutador de fama internacional.

Quem quiser assistir, a segunda temporada de ‘Viver para Lutar’ estreia hoje às 20h no Canal Combate. Serão 6 episódios que vão ao ar sempre segunda-feira às 20h. Se quiser conferir, tem um episódio disponível online:

Esse post tem apoio do UFC Brasil e da Mixer Films.

*Foto do destaque: Divulgação