Muita gente conhece Paranapiacaba, em especial quem vive ou viveu na região do Grande ABC. Porém, para muitos o destino é uma incógnita. Localizada em Santo André, o vilarejo nasceu como o centro de controle operacional e residência dos funcionários da São Paulo Railway, a companhia inglesa que dominava as estradas de ferro paulistanas nos idos de 1860.
Hoje Paranapiacaba é um destino para quem busca voltar no tempo ou se aventurar na natureza por conta das suas dezenas de cachoeiras. Nesse post vou me dedicar à parte mais turística da cidade, mas o guia de aventuras vem já já, prometo.
Para começar temos que enfatizar que a ida para o vilarejo é extremamente barata e pode ser feita com até R$ 40, incluindo refeição. Muito amor né?
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Para chegar até Paranapiacaba é preciso tempo, mas o passeio é tão gostoso que você nem sente muito. Basta chegar na estação Brás da linha vermelha do Metrô e embarcar no trem sentido Rio Grande da Serra. Pra mim essa é a melhor opção, porque você pega o metrô na estação inicial, então consegue fazer o trajeto que dura cerca de uma horas sentadinho.
Uma outra opção é pegar a linha verde, saltar na estação Tamanduateí e então pegar o trem sentido Rio Grande da Serra. Nesse caso tem a chance de você ter que fazer uma parte do trajeto de pé, mas é um pouco mais rápido.
Chegando em Rio Grande da Serra, basta atravessar a linha do trem, virar a direita e caminhar cerca de 100 metros até o ponto de ônibus. De lá saem ônibus intermunicipais que, em aproximadamente 20 minutos, te deixam na entrada do vilarejo. Lá não são permitidos veículos que não são dos moradores.
Uma opção mais divertida, porém mais cara, é o expresso turístico realizado aos domingos pela CPTM. O passageiro pode embarcar às 8h30 na Estação da Luz, ou às 9h00 na Estação Prefeito Celso Daniel-Santo André (Linha 10-Turquesa, da CPTM), com o retorno às 16h30 em Paranapiacaba, com parada na Estação Prefeito Celso Daniel-Santo André. No caso do expresso turístico, a viagem é feita em trens da década de 50 e leva 1h30 .
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A primeira “atração” ao chegar na cidade é a igrejinha meio abandonada, mas prá lá de charmosa, e o pequeno cemitério local. A partir do entorno da igreja você já consegue ter uma vista privilegiada do que te aguarda.
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Uma das grandes atrações da vila é o antigo centro de controle operacional que hoje sedia o “Museu Tecnológico Ferroviário do Funicular”. Por lá temos a segunda locomotiva mais antiga do Brasil, uma infinidade de objetos, ferramentas e imagens de 1860 à 1950. Apesar de rico em acervo, peca um pouco pela má administração, com tudo meio abandonado. Mas nada que diminua a beleza do passeio.
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Outro belo programa é o Clube União Lira Serrano, uma das últimas construções inglesas da cidade, que abrigava os bailes da comunidade. O casarão conta com um saguão, salão de jogos, sala de troféus, salão de baile, cinema e um dos campos de futebol mais antigos do Brasil. A entrada é gratuita.
No carnaval, o Clube ainda recebe bailes no melhor estilo anos 20. <3
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Já o Museu Castelo, também conhecido como Museu Castelinho, está localizado na casa do antigo engenheiro-chefe da estação de trem, que vivia ali por ter uma visão completa do pátio de manobras. Apesar de pequeno, conta objetos e uma rica história.
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Em algumas épocas do ano o passeio se torna mais emocionante por conta da neblina. Perde-se a vista, mas ganha-se o charme. Nessas opções vale se dedicar à gastronomia local. Em geral, o que está sempre funcionando são os restaurantes por quilo com uma comida caseira de fazer gosto, e preço mais que acessível.
Outro destaque culinário são os doces de Cambuci, um fruto típico da Floresta Amazônica que ganha até um festival na cidade em meados de abril. O legal é que o vilarejo acabou virando um grande centro de festivais: além do fruto conta com o Festival de Inverno em meados de julho e a Convenção de Bruxas e Magos, em maio. Sim, existe uma convenção mística na cidade!
Ah, e para quem optar por ir de carro, pode chegar pela Via Anchieta até o KM 29 pela pista marginal, sentido Riacho Grande, entrando na Estrada Velha do Mar (SP-148, sentido Ribeirão Pires) e acessando a Rodovia Índio Tibiriçá (SP 31) até o KM 45,5, na alça de acesso para a Rodovia Antonio Adib Chamas (SP 122) até Paranapiacaba.