Laura Dekker completou a volta ao mundo velejando um barco sozinha aos 16 anos de idade, tornando-se a pessoa mais jovem a realizar tal feito. Ela só não entrou no Guinness Book, porque eles não incluem na lista pessoas menores de idade nessa categoria, justamente para não incentivar tal aventura pelos riscos que ela implica.

Aos 14 anos, Laura saiu da Holanda e por quase 2 anos ela passou por Ilhas Canárias, Panamá, Ilhas Galapagos, Tonga, Fiji, Bora Bora, Austrália, África do Sul e finalmente St Maarten, atravessando todos os oceanos, completando assim a sua odisseia. Antes disso precisou enfrentar a corte holandesa, que quis impedi-la de realizar tal viagem, o que a fez esperar por quase 1 ano de processo até ela conseguir na justiça o direito de pegar o barco e rodar o mundo por sua própria conta.

Filha de velejador, Laura nasceu na Nova Zelândia e por muito tempo viveu num barco com a família, até fincarem bandeira na Holanda e por lá ficar. Os pais se separaram, mas Laura, amante do mar, acabou preferindo ficar com ele, o grande responsável pelas suas velejadas pelo mundo. Desde muito pequena aprendeu a velejar, ganhou seu primeiro barco aos 7 anos de idade e aos 10 já velejava sozinha. Aos 13 decidiu que se lançaria a tal volta ao mundo com total apoio do pai, com a meta de completar a viagem em menos de 2 anos. Durante o período, ela filmou seu dia-a-dia, que acabou se transformando num belo documentário com fotos belíssimas dos lugares por onde passou.

É surreal vê-la tão jovem digerindo o mundo como poucos, passando por adversidades, longos momentos de solidão, chegando a ficar mais de 20 dias velejando sem ver terra, se virando na cozinha, como no mar raivoso do Oceano Índico, que a fez ficar 3 dias sem poder dormir.

É comovente os relatos sobre a visão dela sobre a vida, o amor pelo mar e pela natureza, o desprendimento que ela cria em relação ao pai durante a viagem, os momentos de solidão e o foco no seu principal objetivo e tudo que faz para alcança-lo. Vale conferir o Maidentrip, documentário sobre sua primeira expedição.  Eu achei uma ótima lição de vida, em especial pela condição de vida dela e por tudo que ela tem alcançado. Não espere grande produção, pois as imagens foram captadas por ela durante os quase 2 anos de viagem em que ficou praticamente sozinha no mar.

Hoje, aos 18 anos, ela continua percorrendo o mundo, ganha a vida dando aulas e palestras e está nesse momento. O documentário foi lançado em junho de 2013 e está disponível no Netflix americano, com legenda em inglês.