Assim como a maior parte da humanidade, eu tenho sérios problemas para lidar com a morte por mais natural e inevitável que ela seja. Admiro culturas que a aceitam como deveríamos aceitá-la.
Ontem li um artigo sobre hindus que ao sentirem/saberem que estão indo dessa para uma melhor, seguem para Varanasi, na Índia. A cidade é considerada a mais sagrada pelo Hinduísmo. Eles acreditam que morrer em Varanasi e ter suas cinzas espalhadas no Rio Ganges, permite que a alma escape do ciclo da morte e renascimento. Essa “escapada” os ajudam a alcançar a “moksha” ou salvação. Resumindo: na crença hindu, eles não reencarnam. Por esse motivo, muitas pessoas seguem para Varanasi.
O assunto parece ser mórbido, mas eu sinceramente achei poético. O fotógrafo da Reuters, Danish Siddiqui fez um documentário na “Mukti Bhavan” ou Casa da Salvação, um hostel (de caridade) que hospeda pessoas que desejam morrer em Varanasi. O local tem 12 quartos, um templo, quartos para hospedar sacerdotes. As pessoas que se hospedam lá tem 2 semanas para morrer. Caso isso não aconteça no período, elas são convidadas gentilmente a se retirarem.
Ele reuniu várias histórias e fotografias aqui. Eu confesso que me encantei com a história e com as fotos:




Varanasi é uma cidade à margem do Rio Ganges, tem 3.000.000 de habitantes e é uma das cidades mais velhas do mundo. Acredita-se que Varanasi foi fundada há mais de 5.000 anos pela Xiva, mas estudiosos acham que a fundação ocorreu há 3.000 anos.