E se você pudesse mudar de país?

Mas estou falando de mudar mesmo, não só morar fora por um ano ou alguns meses. Se você pudesse ir agora para qualquer lugar do planeta, para onde iria?

Eu e o Shiota escolhemos os Países Baixos, o quarto lugar mais feliz do mundo (de acordo com esse ranking).

Crédito foto: Eduardo Shiota Yasuda - www.eshiota.com
Crédito foto: Eduardo Shiota Yasuda – www.eshiota.com

Sempre gostamos muito de viajar, sonhávamos em poder vivenciar uma cultura nova, totalmente oposta à nossa, e conhecer o mundo. Até então, só conhecia algumas cidades americanas, como DC, Nova York, Miami e Chicago, e o sonho de viajar pela Europa parecia uma coisa distante – malditos sejam os euros e as libras, sempre tão caros na hora da conversão.

O plano era procurarmos vagas de trabalho na Europa e Estados Unidos só em 2014, mas apareceu uma oportunidade ótima para o Shiota em Amsterdã no segundo semestre de 2013 e decidimos encarar a aventura juntos. Mudar de país não é fácil, especialmente se você escolher um local cuja cultura e o idioma são desconhecidos. O coração aperta por deixar a família, os amigos e um trabalho bacana para trás, mas ao mesmo tempo a adrenalina que as novidades trazem é insuperável. Imagina ter a Europa inteira como seu quintal e poder viajar a qualquer momento? Essa foi uma das maiores motivações.

Também não é tão simples assim conseguir entrar em um país e obter um visto e/ou permissão de residência. Em nosso caso, tivemos toda a segurança de uma proposta de emprego em Amsterdã, e a empresa contratante foi atrás de um visto “high skilled migrant”. Esse tipo de visto é concedido quando você é contratado em uma empresa no exterior, e cada país tem suas regras específicas. Nos Estados Unidos, por exemplo, as empresas podem fazer essa solicitação de visto apenas 1x ao ano, em um determinado mês – e em 2012 as vagas acabaram em algumas horas. Os custos para tirar esse tipo de visto são altos, mas geralmente as empresas cobrem.

Para facilitar os processos no exterior e evitar qualquer problema, decidimos casar no civil para oficializar nossa situação de “morando juntos há alguns anos”. É obrigatório? Não, mas dá um pouco mais de segurança.

As documentações necessárias nestes processos são a certidão de nascimento e, em nosso caso, a certidão de casamento – além de cópias de passaporte, RG, CPF e afins, que são menos relevantes no processo. Estes documentos devem ser legalizados com o Itamaraty, traduzidos com um tradutor juramentado e legalizados novamente no Consulado do país de destino. Com a burocracia encaminhada, é só esperar receber o adesivo no passaporte e ir ser feliz.

Crédito foto: http://instagram.com/eshiota
Crédito foto: http://instagram.com/eshiota

Vendemos todos os nossos móveis, separamos roupas para doar/jogar/vender, nos despedimos dos amigos e demos adeus para São Paulo sem remorso. A mudança é difícil, mas você tem duas opções: ir embora e ficar se lamentando, ou abraçar uma nova realidade. Optamos pela segunda, e tem sido incrível desbravar a cidade e entender um pouco melhor os costumes dos holandeses.

Ao chegar em um país desconhecido para ficar, é importante se manter ocupado – especialmente se você não estiver trabalhando inicialmente. Visite parques, museus, atrações turísticas, ande pelo centro, veja vitrines ou simplesmente sente em um banco e acompanhe o movimento das pessoas. Não fique preso em casa sem fazer nada: explore! Caso mude para um país frio com inverno rigoroso, a regra é clara: fez Sol? Saia de casa.

Se você sempre sonhou em jogar tudo pro alto e conhecer o mundo, aproveite: a Holanda oferece a bolsa de estudos Orange Tulip Scholarship Brazil em diversas áreas, a Irlanda e o Canadá também têm sido destinos frequentes para brasileiros que desejam trabalhar e estudar.  Pesquise sobre os países que você adoraria conhecer melhor e, quando a água bater na bunda e a oportunidade surgir (ou você correr atrás dela), não tenha medo. Respire fundo e se jogue!

E aí, para qual lugar do mundo você mudaria agora?

*Foto destaque: Jace Grandinetti