Azul parte para o ataque

David Neeleman deve ser hoje um dos maiores empresários da aviação da história. Nascido no Brasil, mas filho de americanos, ele já fundou 3 empresas diferentes, todas caracterizadas por um posicionamento bem agressivo no mercado e crescimento expressivo. A primeira foi a Morris Air, em 1984. Trabalhou como presidente até que ela foi comprada pela Southwest Airlines em 1993. Em 1998, ele fundou a JetBlue, também nos Estados Unidos. Esta se destacou por manter os lucros altos mesmo durante a maior crise da aviação americana, e mantendo as tarifas mais baixas do mercado. Mas em 2007, uma nevasca atrapalhou as operações da empresa e Neeleman foi destituído do seu cargo.

Claro que ele não ficou parado e em 2008 ele voltou para sua terra natal e fundou sua terceira companhia, a Azul. Todos nós conhecemos a empresa, que já detém um terço do mercado brasileiro, e ainda recuperou um aeroporto inteiro que andava praticamente esquecido desde a inauguração do Aeroporto de Guarulhos. Com um currículo desses, não é de se admirar que a Azul hoje atenda mais de 100 cidades do país. O cara é agressivo nos negócios.

DAVID NEELEMAN - FOTO

Agora a Azul tomou mais um passo ousado, que pode afetar os preços das nossas viagens. Isso porque eles compraram seis A330-200 e no ano que vem vão voar até a Flórida e Nova York. Eles querem bater diretamente na concorrente direta, a Gol, que voa nessas rotas desde 2012. Por enquanto, esses vôos saem só de Viracopos, mas a aposta é que comecem a aparecer rotas alteranativas das regiões Norte e Nordeste, acabando com o martírio de trazer os passageiros de lá até São Paulo ou Rio, e daí sim para a América do Norte.

Enquanto isso, a Gol está programando para 2015 novos vôos para Miami e Orlando em aviões menores, e escala na República Dominicana. Essas aeronaves economizam combustível e, claro, o preço das passagens cai. Pelo visto, a briga vai ser grande. Mas a boa notícia é que, dessa vez, nós passageiros podemos nos beneficiar da disputa.