A verdade é que todo mundo odeia comprar seguro viagem. Nós nunca sabemos o que estamos comprando, se é o suficiente para o lugar para onde vamos e sempre sentimos que poderíamos usar esse dinheiro de uma maneira mais divertida. Soma-se a isso várias histórias de terror que algum conhecido passou na mão da seguradora, porque, se não foi você, alguém que você conhece já se deu mal.

A gente aqui do Chicken or Pasta preparou uma lista de várias coisas que você deve saber e fazer e, mais importante, o que você não deve, para tirar melhor proveito do seu seguro viagem.

Do’s

• Leia o contrato: Sim, é um saco. É enoooorme, muitas cláusulas não são inteligíveis e você provavelmente comprou na pressa, para aquela sua viagem em algumas horas. Porém é essencial que você entenda quais são seus direitos e deveres caso algum problema ocorra.  O contrato deve conter de maneira clara informações básicas da viagem como período ao qual ele está vinculado, o valor da indenização e cobertura a terceiros, se tiver.

• Você precisa de um seguro viagem ou de um plano de assistência? A diferença entre eles é que numa emergência no seguro, você paga as despesas e é depois reembolsado, ou seja, você tem direito ao valor integral do plano em cada ocorrência; na assistência, você apresenta um cartão para usar os serviços e existe um limite de cobertura que é descontado com o uso.

• Verifique a obrigatoriedade para o seu destino: O seguro viagem é obrigatório para entrar em alguns países e você pode ter que voltar para casa caso não apresente os documentos na imigração. Para todos os 30 países que fazem parte do Acordo de Schengen, é obrigatório uma cobertura de 30 mil euros. Se você vai como estudante para a Austrália, é preciso ter o Overseas Students Health Cover (OSHC). E, para Cuba, você pode comprar o seguro diretamente no aeroporto em Havana.

• Exija o básico: Contrate o plano que te ofereça uma central de atendimento 24 horas em português, que cubra internação e transporte em caso de urgência.  Veja ainda se os hospitais e médicos credenciados estão perto do lugar onde você vai se hospedar.

• Sempre faça o seguro correto. Se for esquiar, por exemplo, contrate um plano específico para a atividade. Provavelmente será mais caro, porém a omissão pode causar dor de cabeça e até impedir que você seja ressarcido. O mesmo vale para aluguel de carros: se for dirigir, peça a inclusão de danos a terceiros na cobertura que quer contratar. A maioria dos casos de acidente que chegam para as seguradoras envolvem acidentes com carros.

• Antes de ir para o hospital, entre em contato com a central de atendimento. Se não for urgente, é imprescindível que você contate sempre sua central antes. Não é fácil reaver dinheiro de reembolso e as seguradoras sempre vão tornar essa tarefa a mais difícil possível. Aja de acordo com as instruções da empresa para evitar problemas futuros.

• Confirme as opções oferecidas pela sua operadora de cartão de crédito. As bandeiras que oferecem o serviço são: Visa, MasterCard, American Express e Diners. A cobertura depende da categoria do cartão e a passagem deve ser comprada com o mesmo. Peça para a operadora enviar o contrato para saber se é necessário um segundo seguro.

• Guarde o documento de reclamação junto a companhia aérea e notas se sua mala extraviar. O extravio de malas é de responsabilidade da empresa aérea e, por lei, ela deve indenizar o passageiro. A seguradora apenas adianta esse valor e, por isso, a apresentação desses documentos é indispensável para a seguradora cobrar a companhia aérea depois. No entanto, há um limite, tente não ultrapassá-lo.

Dont’s

• Não confunda seguro viagem com plano de saúde: Se você tem uma condição pré-existente, é bem provável que o seguro viagem não vá reembolsar qualquer despesa médica de algum problema relacionado. Verifique com o seu plano se existe alguma extensão internacional.

• Não despache seu seguro com a bagagem: Isso parece bem simples mas é um erro comum: leve sempre o certificado junto com seus documentos pessoais, como passaporte. Você não terá informação nenhuma se suas malas extraviarem e você não tiver os papéis.

• Não confie cegamente na opinião do médico que te atende. Pessoas desonestas existem em qualquer lugar e você pode encontrar médicos querendo ganhar um extra com o seu seguro e pedindo exames desnecessários. Se desconfiar do diagnóstico, peça por um novo médico para uma segunda opinião ou entre em contato com seu médico no Brasil.

• Evite seguros de empresas estrangeiras. Apesar de alguns serem muito bons e mais baratos que os nacionais, qualquer problema que tiver com a empresa não pode ser resolvido judicialmente no Brasil, já que eles não se submetem a nossa legislação. Se ainda você tem qualquer reembolso para receber, você pode ter que pagar imposto em cima do valor recebido.

• Não deixe para fazer seu seguro depois que já tiver viajado. Porém, se tiver esquecido (quem nunca?), peça para ter discriminado no contrato que você já está viajando. De outra forma, podem achar que você só resolveu contratar um plano depois que um problema já aconteceu.

• Não mude de planos. A seguradora segue estritamente o que foi contratado. Se você resolver voltar mais cedo da sua viagem, por exemplo, não terá a sua volta coberta.

Por fim, lembre-se: se tiver problemas com o seguro, entre em contato com a ouvidoria da empresa. Se mesmo assim não funcionar, procure a Superintendência de Seguros Privados no 0800-021-8484.

*Foto destaque: unsplash.com/@jakeufkes